Baixo volume de chuvas alerta a região

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Baixo volume de chuvas alerta a região

Desenvolvimento das culturas de verão é afetado e arroios começam a secar

Vale do Taquari -O longo período sem chuvas intensas começa a comprometer as lavouras, o abastecimento de água e a geração de energia elétrica. Neste mês, o volume é de apenas sete milímetros, enquanto a média esperada para o mês varia entre 90 e 130.

sEmbora os técnicos e meteorologistas descartem a possibilidade de estiagem nos próximos meses, a falta de chuva deixa a população em alerta. A maioria dos rios e arroios está com o nível de água baixo, em situação semelhante à de 2011, quando a região passou a enfrentar uma das piores secas dos últimos 60 anos.

A meteorologista da MetSul Meteorologia, de São Leopoldo, Estael Sias, esclarece que o período sem chuvas se deve à umidade vinda da Amazônia, onde se forma a maior parte das frentes frias, se concentrar na área sudeste e centro-oeste do país. Com isso, os dias ficam mais quentes e existe pouca possibilidade de precipitações.

Ela prevê a chegada de uma frente fria para o fim de semana.

O El Niño – fenômeno que aumenta a ocorrência de chuvas – se intensificou nos últimos três meses e trará precipitações intensas. Mas, em muitas regiões, devem ficar abaixo da média histórica, resultado de bloqueios atmosféricos em áreas mais próximas do Uruguai e da Argentina.

Conforme o agricultor Bruno Guillante, de Arroio do Meio, observador das variações meteorológicas desde 2003, a cada verão as temperaturas estão mais elevadas e o volume de chuvas fica menor.

Preocupação na lavoura

As precipitações em outubro chegaram a 195 milímetros e favoreceram a implantação das culturas de verão e semeio das pastagens. No entanto, a falta de chuva neste mês deixa os agricultores apreensivos.

Segundo o engenheiro agrônomo Odilon Soares da Costa, ainda é cedo para avaliar a possibilidade de perdas. Para evitar avarias com uma possível seca, recomenda o escalonamento da semeadura – não plantar toda a área no mesmo período. “Outra saída é investir em irrigação, fazer cobertura verde e plantar dentro dos períodos recomendados pela Emater “.

O produtor Ivan Nicolai, de Forquetinha, aguarda a chegada da chuva para semear 15 sacos de milho que serão destinados para a confecção de silagem. As pastagens anuais (aveia de verão e tifton) estão secando pela falta de umidade do solo e o volume de leite produzido caiu 20% nas últimas semanas.

Baixo nível compromete veraneio

As águas do rio Forqueta baixam a cada dia e deixam preocupados os donos de campings. Irio Scherer, proprietário de um balneário em Travesseiro, conta o nível diminuiu tanto que é possível atravessar o rio a pé.

No leito se formaram pequenos açudes, locais impróprios para o banho. “Isso afasta os veranistas.” Marcelo Blasi, frequentador assíduo do local, observa que o volume está muito baixo em comparação com outros anos.

Situação das culturas

Arroz – A plantação das lavouras chega a 90% no estado. Em algumas regiões, o deficit hídrico persiste e prejudica a semeadura refletindo na diminuição da área cultivada. Na região devem ser cultivados 3,3 mil hectares. A produtividade média será de sete mil quilos por hectare. O preço da saca de 50 quilos é de R$ 37.

Milho – A falta de umidade e as elevadas temperaturas comprometem a semeadura, germinação e desenvolvimento das plantas. Nas lavouras que estão em fase de pendoamento, caso não chova nesta semana, as perdas podem chegar a 25%. Nessa safra devem ser cultivados 111,7 mil hectares. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 33.

Soja – A insuficiência de chuva desacelera a semeadura e compromete a germinação dos grãos semeados nas últimas semanas. Até o momento foi cultivada 70% da área projetada que deve chegar a 31.569 hectares. A produtividade média esperada é de 2,7 mil quilos por hectare. O preço da saca de 60 quilos chega a R$ 65.

Hortaliças – O sol forte e as altas temperaturas queimam algumas áreas onde o cultivo é feito fora de estufas. Com isso, o preço de algumas variedades deve aumentar.

Fonte – Conjuntural da Emater/RS-Ascar

Geração de energia suspensa

Pela segunda vez neste ano, a usina hidrelétrica de Machadinho, localizada entre os municípios de Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba (SC), teve que suspender a geração de energia devido ao baixo nível do reservatório, que está 11,5 metros aquém do normal. A paralisação foi determinada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Devido à falta de chuvas, as turbinas ficarão desligadas até o rio recuperar o nível necessário. Cerca de 120 mil litros de água são liberados por segundo para garantir a normalidade do leito do Rio Pelotas.

Conforme o diretor de geração de energia da Cooperativa de Eletrificação Rural (Certel), de Teutônia, Júlio Cesar Salecker, nas duas hidrelétricas – Salto Forqueta, no rio Forqueta, e Boa Vista, no arroio Boa Vista, em Linha Geraldo, Estrela – a situação ainda é normal. “Se não chover logo podemos ter problemas”. Uma frente fria começa a se formar no oceano e deve trazer chuvas para a região de sexta para sábado. O volume pode chegar a 40 milímetros em alguns municípios. A projeção é de que ocorram chuvas regulares apenas nos meses de dezembro e janeiro.

Previsão de chuva para o sábado

Uma frente fria começa a se formar no oceano e deve trazer chuvas para a região de sexta para sábado. O volume pode chegar a 40 milímetros em alguns municípios. A projeção é de que ocorram chuvas regulares apenas nos meses de dezembro e janeiro.

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