Lajeado -Agentes da Polícia Civil fecharam mais um ponto de venda de drogas ontem de manhã. O traficante Jerri Adriani da Silva Mota, 36, foi preso em flagrante. Entre o material recolhido estão 94 pedras de crack de duas gramas cada, cerca de 20 buchas de cocaína, duas balanças de precisão, relógios, celulares e outros produtos de receptação, além de R$ 600 em dinheiro.
Grande parte dos entorpecentes estava em um cano que serve de ralo, coberto por um piso de concreto. Duas britadeiras foram usadas para abrir o canal e um aspirador de pó sugou as buchas de crack e cocaína. O trabalho levou cerca de quatro horas. O ponto funcionava ao lado de um lixão no bairro Centro, conhecido como Cantão do Sapo.
Mesmo com o barulho da escavação, o acusado dormia dopado pela droga. Uma câmera de monitoramento captava a movimentação policial, a tempo de esconder o material ilícito.
No mês passado, o traficante jogou a droga dentro de um cano de PVC com ligação direta ao esgoto da rua após captar a chegada dos agentes por meio da câmera. Prevendo a estratégia do criminoso, desta vez a polícia invadiu o casebre pelos fundos, às 7h.
A moradia era toda adaptada para o tráfico e para fugas da polícia. Havia um banheiro, um ambiente que servia de sala e cozinha e uma sala com uma janela que possibilitavam a fuga. O local era investigado fazia meses. Há 20 dias, foram recolhidas duas armas, colete à prova de balas e objetos furtados na mesma casa.
Segundo o delegado Silvio Huppes, é inaceitável haver locais como esse no centro de uma cidade como Lajeado. Afirma que o ambiente abandonado é propício ao crime. “Se tivermos que vir aqui mais dez vezes prender os traficantes, vamos vir. Porém, acho que providências devem ser tomadas o quanto antes com esses imóveis.”
Trabalho contra o tráfico
Levantamento feito pelo Departamento de Estatísticas do estado mostra que até setembro os órgãos de segurança pública prenderam 114 traficantes. Na época, isso representava uma apreensão a cada dois dias. O número representa quase o dobro de prisões registradas nos seis primeiros meses de 2011.
Os órgãos realizaram duas operações em um mês, em que mais de 20 pessoas foram presas. Uma foi realizada na aldeia caingangue, às margens da BR-386, em Estrela e a outra em cidades do Vale do Taquari. Em todos os casos, as investigações duraram pelo menos três meses.
O trabalho para impedir o tráfico se intensificou no início do ano. O combate contra o crime foi considerado como principal meta de atuação dos órgãos para 2012. Por isso, uniram forças em operações.
O processo é moroso: a polícia recebe a informação e inicia a investigação, que leva meses até formar provas. Elas são entregues ao juiz por inquérito, que expede ou não o mandado de prisão, de acordo com a lei. Só a partir daí que se planeja uma operação para prender o traficante. O objetivo sempre é flagrar o criminoso, visto que auxilia como prova no julgamento.
O que foi encontrado
– 94 pedras de crack
– 27 buchas de cocaína
– 12 celulares
– R$ 600
– 4 relógios