Candidatos a prefeito gastam R$ 2,3 mi

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Candidatos a prefeito gastam R$ 2,3 mi

Declarações das depesas dos concorrentes das 37 cidades estão no site do TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nessa sexta-feira os números definitivos da pres­tação de contas dos candidatos às eleições municipais. Con­forme os dados, que podem ser acessadas pelos eleitores por meio do site, o balanço finan­ceiro apresentado em nome dos 83 candidatos à majoritária na região chegou a R$ 2.290.464,63.

Comparando o valor ao nú­mero de votantes (272.307) nos 37 municípios do Vale, a média que cada prefeito gastou para conquistar o voto foi de R$ 8,4 por eleitor.

O campeão de despesas foi Luís Fernando Schmidt (PT), que assume a prefeitura de La­jeado em janeiro. Investiu R$ 500.449,49, sobretudo no pa­gamento de pessoal e despesas com publicidade. Seu assessor, Auri Heisser aponta que os nú­meros foram entregues ao Judi­ciário na terça-feira, último dia para a prestação de contas.

Heisser acredita que o valor está dentro dos parâmetros das eleições locais. Contesta o montante apresentado pelo opo­nente Marcelo Caumo (PP), cujo gasto informado ao TSE foi de R$ 238.928,13. “Se for comparar a publicidade nas ruas durante as eleições, não poderia haver tal diferença de valor.”

O segundo que mais gastou na campanha foi Emanuel Hassen de Jesus (PT), eleito em Taquari. As despesas apresentadas, de R$ 279.782,74, são quase quatro vezes superiores às do seu con­corrente, Claudio Laurindo dos Reis Martins (PSDB). Conforme o publicado, a maior quantia foi direcionada ao pagamento de propaganda.

O candidato com menos despe­sas é Carlos Alberto Bohn (PSDB), de Mato Leitão, que não conse­guiu se reeleger. Bohn prestou contas de R$ 501,12. Admite que sua campanha foi mais cara, mas informa que a maioria dos custos foi incluída na presta­ção apresentada pela coligação. De acordo com a publicação, o montante divulgado por Bohn foi utilizado para o pagamento de combustível.

César Leandro Marmitt (PP), eleito em Cruzeiro do Sul, foi o segundo candidato que menos gastou na campanha. Declarou R$ 886,50, utilizados para fazer placas, estandartes e faixas.

Disputa de marketing

O cientista político Bruno Lima Rocha ressalta que as cam­panhas municipais estão dema­siadamente focadas em publi­cidade e propaganda. Condena esse tipo de disputa. Para ele, uma boa maneira de convencer a comunidade seria por meio de debates, muito utilizada nas campanhas norte-americanas. “As pessoas realmente conhece­riam os candidatos.”

Na sua opinião, quanto me­nos dinheiro envolvido na dis­puta, mais saudável é para os eleitores, que conhecem os pretendentes por meio das pro­postas e não por uma imagem criada pela propaganda.

Aponta que os gastos no Vale do Taquari são elevados, mas que estão dentro da normali­dade. Acredita que a legislação eleitoral deveria impor limites de despesas ao candidatos e que isso facilitaria o processo demo­crático.

Gastaram mais para se eleger

Na disputa pelas prefeituras, 23 candidatos eleitos gastaram mais que seus oponentes pelo voto, enquanto 13 políticos de­sembolsaram menos para se eleger. Sérgio Marasca (PT), de Westfália, foi o único a não ter adversário e gastou R$ 994,02 na campanha. Fez reuniões nas localidades e visitas residenciais a fim de definir as prioridades de seu governo.

Eleições mais baratas desde 1996

O custo das eleições mu­nicipais no país é o menor desde a implantação do sistema eletrônico de vota­ção, iniciado em 1996. A informação foi apresenta­da pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, na sema­na passada. O pleito cus­tou R$ 395.270.694,00, o que equivale a R$ 2,81 por eleitor na média na­cional. Nas eleições pas­sadas, a proporção era de R$ 3,75 e na presidencial de 2010, R$ 3,86.

De acordo com a mi­nistra, o planejamento e o aperfeiçoamento cons­tante do processo de vo­tação podem ser fatores que contribuíram para a diminuição dos valores. “Quanto maior o plane­jamento, menor é o cus­to”, disse.

O custo empenha­do pela Justiça Eleitoral para o pleito foi de R$ 24.212.852,91, o que representa uma econo­mia de 42% em relação às eleições 2008 e de 38% em comparação às de 2010.

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