Autoridades tentam viabilizar ala feminina

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Autoridades tentam viabilizar ala feminina

Conselho se reúne hoje pela manhã em busca de dinheiro para garantir a obra

aUma das maiores carên­cias do Vale do Taquari relacionadas ao sistema penitenciário é tema de encontro a partir das 8h30min de hoje. O Conselho da Comunida­de de Assistência ao Preso estuda alternativas para custear a cons­trução de uma ala para atender a demanda feminina.

O presidente Miguel Feldens adianta que tanto a entidade regional como o estado não têm dinheiro para viabilizar a obra. Segundo ele, o conselho pagou todas as melhorias feitas no pre­sídio desde 2000, como a constru­ção de salas de aula, laboratório de informática, alberque, am­pliação de alojamentos, sala de multiuso e cercamento de toda a penitenciária. “E esperar pelo governo estadual é demorado. Poderia levar meses.”

No fim do mês, um grupo de lí­deres da região se encontra com o secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michel e com repre­sentantes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para apresentar a proposta.

A partir do projeto, o Presídio Es­tadual de Lajeado receberá 15 celas para o confinamento de até 40 ape­nadas, com um investimento ini­cial superior a R$ 200 mil. O prédio terá pátio, ambulatório e local para receber crianças – no caso das mu­lheres que amamentam os filhos.

No Vale, não há penitenciária fe­minina. Quando ocorrem prisões, os juízes negociam com presídios de outras regiões e são feitas trocas: vai uma mulher e vem um homem. Isso faz com que a detenta fique lon­ge da família e o presídio masculino local superlote ainda mais.

Soltas por falta de vagas

Em agosto, reportagem mostrou que a metade das mulheres presas na região é solta por falta de vagas. De 24 pegas em flagrante no primei­ro semestre, 13 sequer foram levadas até uma penitenciária devido à superlotação.

Na época, a delegada Elizabete Barreto Müller elaborou um dossiê para sugerir à Susepe que uma das penitenciárias (Arroio do Meio ou En­cantado) vire feminina.

O material mostra que no Vale a maioria dos crimes praticados por mulheres envolve tráfico de drogas, roubo e furto qualificado. No estado, há cinco casas prisionais preparadas para mu­lheres. Destas, a mais próxima da região é a Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro, com 98 lugares.

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