Ausência de chuva prejudica semeadura

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Ausência de chuva prejudica semeadura

Pouca umidade do solo pode comprometer desenvolvimento e produtividade Vale do Taquari

O baixo volume de precipitações, aliado às altas temperaturas, levou alguns produtores de milho e soja a paralisarem a semeadura à espera do retorno da umidade ao solo. Após registrarem duas safras com perdas em função das condições meteorológicas, os agricultores estão preocupados com o desenvolvimento das lavouras e o impacto na produtividade.

lHá casos em que houve a necessidade de replantio de algumas áreas, pois o sol forte queimou as plantas ou até mesmo prejudicou a germinação. Conforme o engenheiro agrônomo Odilon Soares da Costa, o estado passa por uma estiagem esporádica e localizada. Destaca que existe a previsão de chuva para os próximos dias, quando os totais podem oscilar entre 50 e 70 milímetros em algumas regiões. “Com isso, a situação deverá se normalizar.”

Para evitar prejuízos com a seca, recomenda o escalonamento da semeadura – não plantar toda a área no mesmo período. Outra opção é aprimorar o uso da água, investir em irrigação, proteger o solo e plantar dentro dos períodos recomendados para conseguir acessar o seguro agrícola.

No estado devem ser cultivados quatro milhões de hectares de soja e um milhão de hectares de milho. A produtividade média chegará próximo a 50 e 120 sacas, respectivamente.

“Se tiver outra estiagem, abandono a lavoura”

Frustrado com as perdas que passaram de 50% na última safra, o produtor Pedro Hepp, de Forquetinha, planeja abandonar a atividade caso registre novas perdas nesse ciclo. Observa que plantou cinco hectares de milho de forma escalonada para evitar prejuízos em caso de seca, mas pouco adiantou.

Parte da lavoura está em fase de pendoamento e outra recém-semeada. Se não chover nos próximos dias, as perdas poderão chegar a 25%. “As plantas estão secando pela falta de umidade.”

A produção é destinada à confecção de silagem para alimentar o gado leiteiro, que garante 120 litros diários. Com a redução da oferta de pasto verde e pastagens, Hepp projeta uma queda de até 20%.

Ressalta que na pequena propriedade, o produtor é refém das condições meteorológicas. “Não compensa investir em irrigação. O custo é muito elevado e faltam reservas de água.”

Situação das lavouras

Arroz – As chuvas que ocorreram há um mês recuperaram o deficit hídrico dos mananciais, o que favoreceu a semeadura da lavoura que chega a 38% do total projetado no estado que deve passar de um milhão de hectares. Na região devem ser cultivados 3,3 mil hectares. A produtividade média será de sete mil quilos por hectare. O preço da saca de 50 quilos chega a R$ 37.

Feijão – A cultura encontra-se nas fases de desenvolvimento vegetativo e início de floração. No Vale do Taquari foram cultivados 783 hectares na primeira safra. A produtividade média deve chegar a 1,3 mil quilos por hectare. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 130.

Milho – A falta de umidade e as elevadas temperaturas comprometem a semeadura, germinação e desenvolvimento das plantas. Na região foram cultivados 47,5 mil hectares nesse primeiro ciclo, sendo que 29,1 mil hectares são destinados à confecção de silagem. Nessa safra devem ser cultivados 111,7 mil hectares. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 30.

Soja – A falta de chuva desacelera a semeadura e compromete a germinação dos grãos semeados nas últimas semanas. Até o momento foram cultivados 12,1 mil hectares na região, de um total de 31.569 hectares, praticamente 10% a mais do que na safra anterior. A produtividade média esperada é de 2,7 mil quilos por hectare. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 68.

Trigo – Na medida em que avança a colheita do cereal, nota-se que os efeitos nocivos da geada, do granizo e das chuvas excessivas no período de frutificação refletem na produtividade e na qualidade do produto colhido. As produtividades apresentam grandes oscilações, variando desde cinco sacas/ha a 45 sacas/ha, dependendo da localização da lavoura, da época de semeadura e do cultivar semeado. Na região foram cultivados 1.040 hectares. O preço da saca de 60 quilos é de R$ 29.

Fumo – As temperaturas elevadas podem queimar as folhas e afetar a qualidade final. As plantas estão em fase final de desenvolvimento. A safra iniciou há duas semanas. O valor da arroba (15 quilos) permanece o mesmo da última safra. T02 a R$ 98,25 e B01 a R$ 122,25.

Fonte – Conjuntural da Emater/RS-Ascar

Previsão do tempo

As temperaturas devem continuar elevadas até sábado, quando existe a previsão de ocorrerem pancadas esparsas de chuva na região. O volume varia entre 30 e 50 milímetros. Na próxima semana volta a predominar o sol. A média de chuva esperada para o mês varia entre 90 e 160 milímetros.

Outubro registrou chuvas acima da média histórica, que é de 140 a 150 milímetros. Nas 29 localidades observadas no Vale do Taquari, a média foi de 198 milímetros. Destaque para Poço das Antas e Bom Retiro do Sul, que registraram 254 e 246 milímetros, respectivamente.

Fonte – Rádio Independente e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

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