AES Sul descarta parar obra e mudar projeto

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AES Sul descarta parar obra e mudar projeto

População solicita que a empresa instale uma rede subterrânea de energia elétrica Lajeado

oktober-2024

Após anos de problemas de sobrecarga e quedas de luz, a AES Sul modifica a rede de energia elétrica no centro. A obra tem gerado reclamação da comunidade, que alega que os postes instalados pela concessionária prejudicam o visual da cidade. A sugestão é viabilizar um sistema subterrâneo. A AES Sul descarta a possibilidade.

pA obra prevê a colocação de quatro postes de concreto por quadra. Cada um tem 13 metros de altura, quatro a mais dos existentes hoje no local. Eles suportarão transformadores, fios e iluminação pública. Por isso, de acordo com o coordenador da empresa, Ricardo Slaghenaufi Neto, estão próximos uns dos outros.

Neto informa que a obra custará R$ 500 mil para a AES Sul, enquanto o modelo subterrâneo custaria pelo menos cinco vezes mais. “Isso demoraria no mínimo um ano e seria o cliente ou o governo municipal que pagaria a conta.” Menciona que em Gramado o projeto foi modificado pelo fato da cidade ser turística e ter recebido recursos federais.

Em Lajeado, apenas 10% da obra está concluída. Hoje, os operários trabalham nas ruas laterais à Júlio de Castilhos, que servirão como apoio quando houver necessidade de desligamento de energia. O restante do serviço prático será executado nos dias 15 e 18.

No feriado da Proclamação da República, 60 homens montarão a estrutura para o trabalho final previsto para domingo, dia 18, quando mais de 160 funcionárias farão um mutirão para agilizar os serviços. Neste último dia, o trânsito da rua Júlio de Castilhos será paralisado e a energia desligada das 6h às 18h. “Um dia de sacrifício para pelo menos 15 anos de energia de qualidade.” Depois, restam as reformas nas calçadas – responsabilidade da prefeitura – e o cabeamento.

O coordenador contesta as queixas da população. Segundo ele, as pessoas têm uma impressão errada porque a obra ainda não está concluída. Haverá uma rede de alta tensão compacta unida e mais uma rede de baixa tensão. Isso significa que apenas dois fios passarão pela rua central, incluindo telefonia e TV a cabo.

Todo o projeto foi aprovado pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), governo municipal, empresários, OI e NET. Houve três reuniões para negociações. Todos os lojistas da rua central receberam convites, mas apenas quatro participaram.

Vereadores pedem a paralisação

Na sessão de terça-feira, o tema principal foi a instalação dos postes. Os vereadores solicitaram que o Executivo intervenha na obra até que haja uma nova negociação com a AES Sul. Todos querem o sistema subterrâneo.

Sete dos nove legisladores se manifestaram em relação ao assunto. Eloede Conzatti (PT) diz que os postes mudaram a característica da rua Júlio de Castilhos. Ela reclama que o projeto não foi discutido no Legislativo e que há excesso de postes. Círio Schneider (PP) questionou se o governo viu o projeto. “Os postes parecem com o Muro de Berlin da Alemanha”, ironizou.

Sérgio Kniphoff (PT) quer os serviços parem imediatamente, mas diz que é preciso uma mobilização maior, visto que as entidades e a administração municipal autorizaram a obra. “Agora temos um novo problema por mais 20 anos.”

Delmar Portz (PSDB) também brincou com a situação comparando os postes com o parque eólico de Osório. “Parecem os cataventos de Osório. Imagina isso horrível na principal rua de Lajeado. A obra deve ser embargada.”

Visão de outro engenheiro eletricista

Engenheiro eletricista e presidente da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Vale do Taquari (Seavat), Irno Lenz, diz que falta planejamento da AES Sul. Segundo ele, a entidade poderia ter sido consultada pelo município antes da execução da obra.

Para Lenz, o sistema subterrâneo é viável. Comenta que o governo municipal poderia ter arcado com parte dos custos. Seria melhor esperar por uma nova solução em vez de conviver com essa logística por mais 20 anos. “A rua ficou feia. Foi a pior solução.”

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