Vale do Taquari – Os consumidores devem ficar atentos à elevação dos preços da ceia natalina. A expectativa é que as carnes, sobretudo de peru e chester, encareçam até 15% nas próximas semanas, conforme projeção da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Entre os motivos estão o aumento da demanda e o alto custo na criação dos animais.
As empresas alimentícias se programam desde a metade do ano para produzir quantidade excedente de espumantes, frutas naturais e cristalizadas, carne suína, peru, chester e panetone para atender o período de festividades.
“Elevam-se gastos com mão de obra, resultando no aumento dos produtos que serão vendidos em novembro e dezembro”, aponta o presidente da Agas, Antônio César Longo.
Segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o custo dos insumos para a criação dos animais teve alta de 40% nos últimos cinco meses em função da baixa produtividade de milho e soja.
Os reajustes são repassados ao consumidor. Os abates também foram reduzidos em 5%. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) estima produzir cem mil toneladas de carne para a época.
O aumento deve ser sentido na carne bovina: cerca de 6% até dezembro. Com o encarecimento da ração, foi necessário deixar mais tempo o gado no pasto para diminuir as despesas. A diferença no tratamento ampliou o período até o abate.
O pernil, o leitão e o lombinho devem encarecer pelo menos 10% até o fim do ano, estimulados pelo crescimento da demanda no mercado interno e pelo aquecimento das exportações.
O gerente de um supermercado do centro de Lajeado, Elton Fischer estranha o aumento. Segundo ele, diversos reajustes ocorreram durante o ano para se compensar a diferença do custo de produção.
Tradição
UMA PESQUISA REALIZADA PELA AGAS EM 2011 APONTOU QUE 60% DAS PESSOAS AVALIAM O PERU E CHESTER COMO PRODUTOS INDISPENSÁVEIS NA CEIA DE NATAL.
A dona de casa Noeli Alves, 49, de Lajedo, integra as estatísticas. Segundo ela, é preferível substituir outros alimentos do que deixar de comprar a carne das aves.
A mesma opinião tem o aposentado Romildo dos Santos, 72. Ele reclama dos seguidos aumentos no preço da cesta básica. “Os produtos encarecem durante o ano inteiro, enquanto o salário mínimo pouco é valorizado.”
Comparação
Variação nos preços:
2008 para 2009 – 4,1%
2009 para 2010 – 5,2%
2010 para 2011 – 5%
2011 para 2012 – 15%
Variação nas vendas:
2008 para 2009 – 8,7%
2009 para 2010 – 7,3%
2010 para 2011 – 6,6%
2011 para 2012 – 5%