Brigas interrompem sessão duas vezes

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Brigas interrompem sessão duas vezes

Vereadores utilizaram o tempo de discussões legislativas para insultos e acusações

A sessão legislativa de terça-feira mais uma vez se tornou um momento de acusações entre vereadores. Quatro parlamentares perderam o controle e se insultaram, fazendo com que a sessão fosse interrompida duas vezes.

A discussão começou quando Mozart Lopes (PP) disse que o assessor de Sérgio Kniphoff esteve, dias antes de sofrer um atentado, em sua residência fotografando o local. “A última imagem que tenho das minhas câmeras é ele tirando foto da minha casa.”

cCom ânimos exaltados, reclamou da perda de recursos da escola técnica federal, da falta de postura dos vereadores em relação à Clínica Central e falou do percentual da livre movimentação encaminhado pelo Executivo.

Antônio de Castro Schefer (PTB) discursou sobre os mesmos temas, se alterou e começou a insultar os colegas. Ao mencionar Delmar Portz (PSDB) em um dos comentários, teve resposta e a discussão se ampliou. Schefer acusou o tucano de ter mudado seu voto na livre movimentação em troca de um posto em uma secretaria do próximo governo. Isso revoltou Portz, que retrucou. Os dois se xingaram por mais de seis minutos. O som do microfone foi cortado e a sessão interrompida pela primeira vez.

A briga seguinte começou depois de 13 minutos. Kniphoff usou seus sete minutos para se defender das acusações feitas pelos colegas, em especial de Lopes. Confirmou que o assessor dele, Eloir Deitos, foi até a casa do progressista e justificou que as imagens serviriam de prova em um dossiê montado na campanha eleitoral. Esse comprovaria que o patrimônio dos secretários municipais não é compatível às suas remunerações.

Depois dessa acusação, Lopes gritou que seu patrimônio é oriundo de trabalho e dedicação. E novas acusações foram trocadas. A briga chegou mais uma vez a um ponto que o som dos microfones foram cortados e a sessão paralisada.

Trechos da briga

Lopes para Kniphoff : “[…] Quando falo das obras bem feitas, eu digo porque sumiram os blogs, sumiram os (perfis) facebooks, no Orkut. Sumiram todos, ninguém fala mais nada. As pessoas que antes tinham uma vontade, uma gana de desprestigiar as obras bem feitas […].”

[…] Eu silenciei durante a campanha. Chegaram a dizer que eu dei tiros em minha própria casa. Quero dizer que só existe uma imagem que antecede os tiros na minha casa, alguma coisa entre dez e 12 dias antes e essa imagem é de seu assessor!”

Kniphoff para Lopes: “[…] É lamentável que a gente tenha que passar por situações como essa com resultados das eleições. […] O senhor não consegue aceitar criticas sem ter um desequilíbrio emocional. O senhor sabe que não foi ele (assessor de Kniphoff). Se tens câmera de vigilância, sabe que não foi ele. É muito grave o que o senhor disse hoje. […] O que estou vendo é uma atitude desesperada de quem não se reelegeu, acusando uma pessoa sem provas.

[…] Muita gente fala que gente da prefeitura tinha patrimônio acima de sua renda e o senhor é um deles. A fotografia era para tentar ter documentos que não foram usados na campanha. Seu patrimônio não é compatível com sua renda[…].”

Schefer para Lopes: “[…] A acusação que o senhor fez aqui é muito grave. O senhor deixou claro que desconfiava do assessor e isso deve ser investigado, um assessor jamais pode sair por aí fazendo esse tipo de coisa.”

Quer dizer que para um lado está bom e para outro não? Será que os 2% que vocês queriam, não está bom agora? […]”

Portz para Schefer: “[…] No ano passado o orçamento foi votado em novembro, onde você [Schefer] ajudou a aprovar o projeto […]”

Schefer para Portz: “[…] Eu já disse três meses atrás eu já disse que me arrependi de não ter votado a favor da prefeita”

Portz para Schefer: “[…] Ele fica falando bobagem, mentindo, Tu votou nos 2% nessa casa… Cara bem mentiroso […]”

Schefer para Portz: “ Tu fez isso pelo cargo”.

Portz para Schefer : E tu consegue enganar só os bobos lá que votam em ti.

Enquete

Como você avalia a troca de acusações entre vereadores na sessão de terça-feira?

Juliana Mittelstadt, dona de casa

Na verdade foi uma acusação sem nexo. Eles deveriam priorizar as discussões sobre a cidade, esse tempo não é para isso. Quem não sabe disso não deveria ser vereador”

Paulo Didrich, instalador

É uma pouca vergonha, os caras ficam discutindo coisas que não trazem nada de bom para a população”

José Blau, comerciante

É uma questão absurda. São questões pessoais que acabam tomando os espaços de discursos sobre temas públicos. É lastimável que tenhamos que conviver com este tipo de situação”

Alexandre Graef , vendedor

A maioria [dos vereadores] que está lá são os mesmos de sempre. Enquenato não mudar essas caras, não vamos mudar a cidade. O presidente da câmara tem que organizar a sessão”

Eduardo Lovato, empresário

Como cidadão acho que as Câmaras são para pensar interesses públicos e não particulares. A preocupação tem que ser com a população”

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