Prédio tombado como patrimônio desaba

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Prédio tombado como patrimônio desaba

Imóvel de 85 anos de construção caiu na terça-feira por falta de investimentos

Marques de Souza -A falta de investimento em bens históricos provocou a queda do prédio histórico da av. Expedicionária do Brasil, em Tamanduá. O imóvel, de 85 anos, corria riscos de cair e era motivo de preocupação por parte de moradores.

cTombado em 2002 como patrimônio histórico municipal, a estrutura ruiu na tarde de terça-feira. Mas, o desabamento era um fato anunciado. No sábado, o teto caiu – não chovia nem ventava no momento, o que causou constrangimento de algumas pessoas.

A conservação era de responsabilidade do proprietário. Nilson Cavaletti comprou o imóvel em 2001 e pretendia reformá-lo para instalar uma agroindústria no local. Com o tombamento patrimonial, a estrutura deveria permanecer intacta e o dono fazer os investimentos necessários para manter. Caso aceitasse a proposta, teria isenção no Imposto sobre Propriedade Territorial Urbano (IPTU).

O prédio foi inaugurado em 1927 pelo empresário Henrique Geiss, que instalou um comércio.Em seguida, sediou a cooperativa agrícola de Tamanduá, falida na década de 70. O leilão ocorreu anos depois. Em 2002, o imóvel serviu de cenário para as filmagens do filme “A Paixão de Jacobina”.

Queda anunciada

O A Hora publicou, na edição de terça-feira, os riscos de desabamento do prédio histórico. Na ocasião, Cavaletti argumentou não ter dinheiro para fazer a reforma estrutural necessária para preservar o patrimônio.

Em 11 anos como proprietário, o único investimento foi no plantio de algumas árvores frutíferas. Não vendeu a construção por estar bem localizada, na principal rua da comunidade. Ele esperava que o prédio fosse derrubado.

O secretário de Educação, Cultura e Desporto, Jurandir Brenner, analisará com o jurídico do município o que pode ser feito. Sugere a revogação do decreto, que tombou o patrimônio. “Quando o prédio foi tombado, o município não concedeu auxílio ao proprietário para que se fizesse a preservação.”

Para Brenner, o Executivo deveria autorizar Cavaletti a usar o local da forma que considerar mais conveniente.

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