As metas para o abastecimento de água, coleta e destinação do lixo, drenagem das ruas e tratamento do esgoto nos próximos 20 anos serão tema de audiência pública. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) apresenta hoje, às 19h, no salão de eventos da prefeitura, o Plano de Saneamento Básico.
Essa é a última etapa para a conclusão do estudo, que começou em janeiro. Foram investidos cerca de R$ 240 mil no levantamento. O custo foi divido entre Executivo e Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Conforme lei federal, todos os municípios do país devem apresentar os planos até dezembro de 2013, sob pena de terem recursos negados para investimento em saneamento básico.
Dentre as áreas, a falta de tratamento do esgoto é o maior problema no município. Em bairros como no Conservas e Planalto, é possível ver dejetos humanos na rede pluvial.
Morador do Conservas, Enedi Rodrigues do Nascimento reclama do mau cheiro. É possível verificar que algumas casas tem os tubos do esgoto ligados direto na rede de escoamento de água.
Em frente da casa de Aldoino Nunes, no bairro Planalto, o esgoto fica exposto na margem da rua. Há oito anos ele mora no local e afirma não há fiscalização do governo sobre as construções que não respeitam a lei municipal, que exige dos proprietários de imóveis a instalação de filtros, fossas e sumidouros.
Essas práticas são responsáveis por poluir rios, córregos e arroios. Em épocas de estiagem, os dejetos ficam mais visíveis. Levantamento do Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari/Antas mostra que a qualidade dos recursos hídricos na região é preocupante, com alta taxa de contaminação por coliformes fecais, o que inviabiliza o uso da água para irrigação de hortaliças e sobrevivência dos peixes.
Estratégia do plano nos 4 eixos
• Tratamento do esgoto
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Moinhos atende apenas 3% das residências. Com a obra de extensão ao bairro Florestal, estima-se chegar a 7%. No estudo que será apresentado, a meta é atingir 90% de todas as casas do município até 2042.
• Recolhimento e destinação do lixo
Conforme a secretária da Sema, Simone Schneider, o plano prevê a ampliação do aterro sanitário. Também estabelece a criação de projeto para usar os resíduos orgânicos na compostagem.
Ressalta que o levantamento pretende aumentar os dias de coleta seletiva e estabelecer ações de educação ambiental para reduzir a geração de resíduos. Hoje, são coletados até 60 toneladas de lixo por dia. Simone diz que a coleta seletiva tem obtido resultados interessantes. Em cinco anos, o percentual aumentou de 3% de materiais coletados para 11%.
• Drenagem urbana
A principal ação é o mapeamento completo das redes de sistemas e a elaboração de projetos para aliviar as inundações em pontos como na Avenida Décio Martins Costa. Também é prevista a criação de um sistema de informações com a comunidade. A partir disso, as pessoas poderão fazer pedidos de manutenção de canalizações, bocas de lobo, assim como deverá ser criado um sistema de controle de execução das ordens de serviço.
• Abastecimento de água
Há três formas de distribuição no município. Pela Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan), pela administração municipal e em poços artesianos particulares. Estuda-se a possibilidade de a Corsan assumir a parte que cabe ao município. Hoje, a estatal abastece 89% da população. O principal objetivo é manter o serviço para toda a população e com água de qualidade.
