Vale do Taquari -Os relógios devem ser adiantados em uma hora a partir da meia-noite de domingo. A medida vale para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Tocantins, único estado fora do grupo. Conforme o Operador Nacional do Sistema (ONS), a mudança busca reduzir a demanda de energia em 5% no país e 4,5% (270 MW) no Rio Grande do Sul. O novo horário vigora até o dia 17 de fevereiro de 2013, uma semana após o Carnaval.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a economia prevista para este ano no país é de R$ 280 milhões, 75% a mais do que foi economizado no verão passado, R$ 160 milhões. A maior redução nos gastos ocorre no horário de pico, que vai das 18h às 21h.
Conforme o gerente comercial da Certel Energia, Ernani Aloísio Mallmann, a economia ocorre pelo fato de a energia elétrica passar a ser utilizada mais tarde, devido à permanência da luz solar por mais tempo em função do horário. “O efeito provocado é o de não haver a coincidência de maior uso da energia com o consumo existente ao longo do dia pelo comércio e pela indústria, cujo montante diminui após as 18h.”
O assessor da AES Sul, Sérgio Stock aponta que o horário de verão é adotado em função do aumento da demanda por energia nesta época do ano, resultante do calor e do crescimento da produção da indústria com a aproximação do Natal.
A aplicação do horário na área de concessão da AES Sul, que atende 118 municípios, representará uma redução de 4,5% na demanda, uma economia de 90 MW. A diminuição real de consumo projetada é de 0,5%, que equivale ao consumo residencial de uma cidade de 35 a 40 mil habitantes, como Estrela. Trata-se do mesmo índice previsto pela Certel.
Diferença no cotidiano
O empresário João Carlos Santiago, 42, corre diariamente no Parque Professor Theobaldo Dick. Para ele, o horário de verão não altera sua rotina. Santiago diz que mesmo oportunizando mais atividades externas às famílias, a mudança não se traduz em economia nas suas contas mensais. “O horário de verão é bom para aproveitar a rua, sair de casa, mas não vejo muita diferença na tarifa ao fim do mês.”
A economia também não é sentida pelo industriário Sérgio Lapuente, 52, que confessa preferir o horário normal. O industriário pratica exercícios com regularidade e reforça que é importante ter cautela para uma adaptação com uma hora a mais de sol. A orientação é seguida pela companheira de exercícios, a filha Laura, 9.
No campo, a situação pouco muda. Apenas existe a necessidade dos trabalhadores readaptarem a rotina de acordo com os horários de serviços, como transportes e recolhimento da produção.
Segundo o agricultor Alberto Beuren, de Santa Clara do Sul, com os dias mais compridos, os animais precisam receber o trato mais cedo de manhã e mais tarde à noite. Acredita que a única coisa que muda é o tempo de descanso dos agricultores. “Dormiremos mais tarde e acordaremos mais cedo.