Roca Sales – A diretoria da Sociedade Beneficente Roque Gonzales terá o apoio do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, no processo de retomada dos serviços de filantropia. O hospital aguarda a certificação há um ano e cinco meses.
Na semana passada, em visita à região, Hauschild se comprometeu em intermediar a renegociação da dívida de R$ 1 milhão com o estado e o INSS, que desde 2007 inviabiliza os atendimentos a pessoas carentes.
Conforme o tesoureiro Ademir Kern, no momento, a diretoria busca manter a instituição de saúde ativa, oferecendo os serviços básicos. A partir da filantropia, o hospital terá acesso a verbas federais e poderá efetuar mais convênios.
Isso refletirá na ampliação dos atendimentos oferecidos e na melhora da estrutura do prédio. “A realidade hoje não nos permite fazer novos investimentos”, lamenta Kern.
Hoje com 38 leitos, a instituição se mantém por meio de convênios com o município e planos de saúde, como o IPE, Plano PAS, Diersmann, SUS e Unimed. O hospital tem cerca de 30 funcionários diretos, além de médicos clínicos gerais, oftalmologista, traumatologista, ginecologista, pediatra, psiquiatra, psicólogo, dermatologista e nutricionista.
Dificuldades financeiras
As dívidas que o hospital mantém com a previdência desde setembro de 2010 foram quitadas com a previdência. As anteriores, entre 2001 a 2010, são negociadas e parceladas. O aluguel das salas da instituição de saúde, antes intermediado por terceiros, será revisto e cobrado.
Uma aplicação de R$ 700 mil feita em 2001 é investigada pelo Ministério Público. Não há vestígios de investimentos feitos com o valor que hoje, considerando os juros, ultrapassaria R$ 1 milhão.
Saiba mais
Fundado em 1925, o hospital foi construído com o apoio da comunidade. Na época, mais de mil apólices foram vendidas aos moradores locais, tornando-os associados. Em 2007, por falta de pagamentos ao INSS, a entidade perdeu o título filantrópico, antes concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, para atender pessoas carentes.
Em 2010, por intervenção do Ministério Público, foi formada uma comissão temporária para dirigir o hospital. Depois disso, as apólices foram divididas e nomeadas, sendo que cada cidadão poderia ter apenas uma em seu nome, compartilhando assim o poder de decisões.
Em dezembro de 2011, a atual diretoria, formada por membros da comunidade, assumiu o hospital. O objetivo é sanar as dívidas da entidade, que ultrapassam R$ 1 milhão com a previdência, e reaver a filantropia.
A diretoria atual é formada por voluntários: presidente Lauri Budke; vice-presidente Pascoal Bertoldi; secretário Dirceu Berger de Souza; vice-secretário Jorge Luiz Brentano; tesoureiro Ademir Kern; vice-tesoureiro, Eduardo Berger de Souza.