Vale do Taquari – A empresa Navegação Aliança, que faz a linha de barcos Estrela/Taquari/Porto Alegre, pretende retomar o transporte de contêineres por sistema hidroviário. Para isso, quer auxílio da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC/VT) para atrair empresas a usarem o serviço. O assunto será discutido na próxima sexta-feira, em reunião sobre o porto de Estrela com órgãos federais e estaduais.
O pedido foi feito pela empresa nessa semana. Ela quer a relação de possíveis clientes que são exportadores ou importadores e a forma de contatá-las. É a segunda tentativa da Navegação Aliança de viabilizar esse tipo de transporte, a primeira foi frustrada. De acordo com o presidente da CIC/VT, Ardêmio Oreno Heineck, a entidade auxiliará na busca por clientes.
A empresa planeja desenvolver um projeto customizado por meio de uma logística integrada (planejamento-armazenagem-transporte), buscando ofertar serviços de transporte de contêineres para o Porto de Rio Grande.
Heineck destaca que esse sistema usado pela empresa é um mecanismo de redução de custos e deverá retirar dezenas de caminhões do trecho Estrela/Rio Grande sem prejudicar os transportadores rodoviários. Ele cita que um barco carrega 70 contêineres em Estrela e completa a carga em Taquari.
Para ele, trata-se de uma atividade econômica vantajosa que melhora a logística e os negócios do Vale do Taquari e faz com que o Porto de Estrela tenha movimentação.
O Porto Fluvial de Estrela movimenta menos de 20% da sua capacidade anual, que pode chegar até três milhões de toneladas. Dos 50 barcos que há duas décadas faziam o transporte, restam apenas 20.
Movimentos são organizados para reativar o local, mas até agora tudo segue no papel. Em 2009, um seminário foi realizado no município com o Ministério dos Transportes para elaborar um plano de reutilização do porto e agora entidades se reúnem de novo para discutir o assunto.
A demora do transporte hidroviário e o custo são apontados como os principais fatores para o desuso do porto. Em um primeiro momento, o transporte custa 20% a menos, mas quando somado a taxas de embarque e descarga, o preço se assemelha ao rodoviário.
Incentivo aos contêineres
Reportagem divulgada há duas semanas mostra o abandono do porto de Estrela, o pouco interesse de empresas privadas e a falta de incentivo governamental. Contudo, o superintendente das Hidrovias do Sul, José Luiz Fay de Azambuja, disse que pelo Rio Taquari é possível transportar mais do que grãos e areia e defende o uso de contêineres. Segundo ele, a modalidade permite levar diversos produtos, como móveis, fumo e frango para Rio Grande.