Registros de agressões a mulheres aumentam

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Registros de agressões a mulheres aumentam

Foram 168 casos até agosto deste ano. A maioria das vítimas pede proteção

A polícia registrou 168 ocorrências de agressão física, moral, psicológica ou patrimonial a mulheres nos oito primeiros meses do ano. O número é 33,3% superior ao mesmo período de 2011, quando houve 126 casos e o município ocupava a segunda posição no Vale do Taquari em registros relativos à Lei Maria da Penha.

vNa maioria dos casos, as vítimas se negam a processar os agressores, porque eles podem ser presos. Dados da Delegacia Regional de Secretaria de Estado de Segurança Pública mostram que em 59% das denúncias há a solicitação de medidas protetivas no município.

O delegado João Antônio Merten Peixoto relaciona o crescimento de registros ao aumento do alcoolismo. Em cerca de 90% dos casos de agressão, as mulheres são violentadas.

Embora as mulheres estejam denunciando mais, cita que 80% dos registros são retirados e menos de 10% chegam a julgamento. Segundo Peixoto, isso ocorre porque na maioria dos casos as mulheres são dependentes financeiramente dos companheiros. A média de idade dos agressores é de 20 a 30 anos, sendo que 50% são maridos das vítimas.

Falta de efetivo adia projeto preventivo

A responsável pela Delegacia Regional da Mulher, Márcia Scherer, cita alguns avanços no cumprimento da lei. “A proibição de retirada de denúncias que tiveram lesão confirmada faz com que mais casos sejam julgados”, salienta.

Márcia acredita que o problema só será amenizado quando houver uma reeducação dos homens, ainda no âmbito familiar. Ela ressalta que ainda há o sentimento de poder do homem sobre a mulher, o que o torna mais agressivo em casos de ciúme ou rejeição.

Para auxiliar as mulheres vítimas de violência, a Delegacia da Mulher prevê um projeto de prevenção primária (com crianças) e terciária (com agressores). Ele investirá numa mudança cultural, em longo prazo, e na redução dos índices. Porém, conforme a delegada, a realização não tem data definida, dependendo do aumento no efetivo para ser viabilizada.

“Resolvi perdoar e ajudá-lo”

Uma faxineira foi agredida há seis meses pelo marido com uma tijolada na cabeça. Conforme a vítima, o fato ocorreu porque o companheiro estava bêbado e, durante uma festa, ela teria ido para casa e o deixado sozinho.

A BM foi chamada por vizinhos que presenciaram a agressão. A mulher registrou queixa contra o marido, pedindo medidas protetivas. Ele foi preso e permaneceu retido por 15 dias.

Porém, com pena do marido, a faxineira retirou a denúncia e o auxiliou no tratamento do alcoolismo. “Resolvi perdoar e ajudá-lo.” Hoje, quase sete meses depois, o casal vive junto de novo.

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