Penas brandas facilitam o contrabando de cigarros

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Penas brandas facilitam o contrabando de cigarros

Prisão só ocorre quando há formação de quadrilha

aA apreensão de cerca de 20 mil maços de cigarro em Arroio do Meio, nessa quinta-feira, expõe a frouxidão do código penal contra o contrabando. A carga, encontrada em um aviário na Linha 32 pela Brigada Militar (BM), foi trazida do Paraguai e está avaliada em R$ 50 mil. O material estava dividido em quase 400 caixas.

Parte da carga foi recolhida pela Polícia Federal de Santa Cruz do Sul na noite dessa quinta-feira. A outra está na BM e deve ser buscada pelo caminhão da unidade do Vale do Rio Pardo nesta sexta-feira. A divisão foi necessária, pois o veículo tinha pouco espaço para estocar o material.

O delegado da Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, Elton Roberto Manzke, aguarda o envio do registro da BM para iniciar a investigação. Revela que as apreensões se tornaram comum no Brasil. O motivo: penas pequenas aos criminosos.

Caso a pessoa não tenha antecedentes criminais, paga a fiança e responde a ação em liberdade. “Se não for comprovada a formação de quadrilha, nem vai para a cadeia.” O código penal prevê uma pena de um a quatro anos de prisão, considerada branda por Manzke. O criminoso pode prestar serviços comunitários para se livrar da penitenciária. Esta é considerada a maior apreensão de cigarros contrabandeados no município.

Carga “valiosa”

Manzke aponta outro fator estimulante para o contrabando de cigarros. A carga é comprada a preços pequenos no Paraguai e é supervalorizada quando chega no Brasil. A competição contra produtos fabricados no país – o valor mínimo do maço é de R$ 3 – proporciona mais rentabilidade aos criminosos.

A BR-386 é uma das principais rotas para o transporte deste tipo de contrabando. Operações contra o crime ocorrem, em média, uma vez por semana, conta Manzke. Antes deste caso de Arroio do Meio, uma fábrica de cigarros foi fechada em Candelária, no Vale do Rio Pardo. Em Venâncio Aires, dez pessoas foram presas por contrabando.

Desde o início do ano, foram aprendidos mais de 400 mil maços em 12 cargas. Os criminosos burlam 12 postos no caminho de 706 quilômetros entre a Cidade do Leste, no Paraguai, e Lajeado. O transporte é feito em ônibus, carros e caminhões.

O núcleo de Policiamento e Fiscalização da 4ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cita que as fiscalizações, levantamento de dados e cruzamento de dados e informações auxiliam no trabalho.

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