Destituída da direção da Escola Estadual de Ensino Fundamental São João Bosco, no bairro Conservas, Rejane Rybas tentou retornar ao cargo na tarde de ontem à tarde. Suspeita de desviar verbas do colégio, ela conseguiu uma liminar na Justiça para voltar ao trabalho.
Acompanhada por três homens, ela ouviu os protestos dos professores e da atual diretora Loiva Fauri. Em seguida, alguns alunos viram a movimentação e comunicaram os pais, que organizaram uma manifestação contra Rejane.
Cerca de 250 pessoas foram para os corredores da escola. O presidente do Círculo de Pais e Mestres (CPM), Claudionei Couto da Silva relata que há um abaixo-assinado com 500 assinaturas contrárias à volta da antiga diretora. O ambiente de nervosismo era sentido nas palavras de alguns familiares. “Se ela voltar aqui, apanhará”, afirmava uma mulher.
As hostilidades também estavam nos textos dos cartazes. Alguns com ofensas pessoais. Alunos contam que na época em que ela era diretora faltava merenda. “Era só lentilha ou sopa de lentilha todos os dias.”
Uma menina de 13 anos reclama da antiga estrutura da escola. “Não tinha cercas, o parque estava sempre quebrado e chovia dentro das salas.” Ela garante que hoje isso não ocorre mais. “Não queremos que ela volte.”
Segundo a diretora Loiva, Rejane não mostrou a liminar. “Pedimos para ela sair, pois o clima ficou tenso.” Nervosa com a situação, Loiva decidiu suspender as aulas do turno da tarde. Os integrantes da comunidade escolar prometem fechar a escola, se Rejane voltar a trabalhar no local.
Suspeita de desvio de verbas
Após informações sobre possíveis irregularidades na Escola São João Bosco, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) começou a investigar a antiga diretora Rejane. Em 3 de janeiro, foi designada uma comissão sindicante para averiguar problemas administrativos.
Seis dias depois, Rejane foi afastada, e a vice-diretora Loiva assumiu. No dia 2 de agosto, foi publicado no Diário Oficial do estado a destituição da diretora. Rejane procurou a Justiça e pediu uma liminar de cancelamento da destituição, aceita pelo desembargador Nelson Antônio Monteiro.
Rejane estava de licença médica, que terminou no sábado. Diante da decisão, a CRE relata que ela tem direito de retomar as atividades. O estado recorreu e aguarda nova decisão. Está marcada para hoje a tarde uma reunião entre Loiva e Rejane.