O protesto realizado pelos moradores na ERS-421, na manhã dessa quinta-feira, fez o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) reconhecer falhas na obra. Devido a uma readequação no projeto, os trabalhos na rodovia podem atrasar em até seis meses.
Conforme o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Daer, Milton Sippel, a proposta inicial era que a empresa Sanitec, responsável pela obra, construísse uma camada asfáltica especial dupla. No entanto, não realizou o serviço e pediu que o projeto fosse alterado contemplando outro tipo de asfalto – uma camada quente que, segundo ele, é mais fácil de ser colocada.
Sippel ressalta que para viabilizar a readequação é necessário fazer um novo estudo, o que pode levar de quatro a seis meses. “O problema é que a empresa não se atentou a isto antes e agora demorará.” Adianta que o departamento deve negar a mudança e exigir a execução do projeto original.
O prefeito de Boqueirão do Leão, João Davi Goergen, que preside a Associação dos Municípios Sem Asfalto do estado, ressalta que agora é necessário um encontro com os representantes do Daer de Porto Alegre. Durante o protesto, contatou o gabinete do diretor geral José Francisco Thormann para agendar a reunião.
Sete pessoas da região devem participar da audiência, que começa às 14h de quarta-feira. Integrante da comissão que organizou o manifesto, Leandro Arnoldt fará parte da discussão. “Exigiremos comprometimento do governo.”
Sobre o bloqueio
Mais de 200 pessoas participaram do bloqueio dessa quinta-feira. Elas reivindicaram qualidade e agilidade na execução da obra. A rodovia foi interditada por volta das 4h, próximo da curva dos Brandt, em Arroio Alegre.
Comunidade exige ação
O prefeito em exercício de Sério, Moacir Rodrigues, ressalta que a empresa Brasil Foods, que tem produtores integrados na região ameaçou suspender as atividades no município caso não haja uma solução urgente quanto às condições da rodovia. “Tentamos contatos com o Daer, mas não são nada acessíveis.”
A moradora Lori Gröders, 62, cita que nos dias de chuva é difícil até para sair de casa. Diz que seu filho trabalha em Lajeado e quando necessita ir até a parada de ônibus precisa colocar tábuas na estrada para não pisar no barro. “Espero que os responsáveis vejam a nossa situação após o manifesto.”