Os hospitais de Lajeado e Estrela têm até novembro para se adequarem às determinações do Ministério da Saúde. O governo exige que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI`s) neonatal e pediátrica sejam separadas. Caso contrário, correm o risco de serem fechadas.
Hoje, as duas instituições de saúde mantêm leitos mistos. A medida visa diminuir as possibilidades de contágios e infecções entre os pacientes.
Conforme o diretor-técnico do Hospital Bruno Born (HBB), Cláudio Klein, como não há tempo hábil para a mudança, a diretoria da instituição deve optar por uma das unidades.
Klein relata que existe a possibilidade do fechamento da UTI pediátrica. No HBB, para construção de um bloco destinado às crianças, seriam necessários R$ 3 milhões para dez novos leitos. “Por enquanto, não há como criar esse bloco.”
A mesma decisão deve ser adotada pelo Hospital Estrela. Todos os hospitais do estado com UTI’s para recém-nascidos e crianças são do modelo compartilhado. Klein diz que essa determinação preocupa a classe médica.
O coordenador da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Leo Bolsi acredita que a ideia de dar mais segurança aos pacientes é positiva, mas demanda mais tempo para implantar as mudanças.
O Hospital Estrela tem cinco leitos neonatais e dois pediátricos. No HBB, oito leitos são destinados para recém-nascidos e crianças. De acordo com Klein, a ocupação é total. O valor da diária paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de R$ 478, enquanto o custo chega a R$ 850. Por mês, para manter a UTI, são investidos R$ 160 mil.
Portaria cria novos modelos de UTI
O MS estabelece novos tipos de unidades neonatais, denominadas de: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru.
A UTIN será responsável pelo atendimento do recém-nascido grave ou com risco de morte. A UCINCo é uma unidade semi-intensiva, destinada aos recém-nascidos com risco médio de complicações e que necessitam de assistência contínua.
Já a unidade Canguru permitirá acolher a mãe e o filho, com objetivo de aproximar os dois durante a permanência no mesmo ambiente até a alta hospitalar.
Para Klein, a proposta do MS é utópica. Segundo ele, a determinação prevê um número mínimo de médicos, enfermeiros e técnicos para o atendimento nas unidades. “Seriam necessárias três equipes de profissionais para atender as novas UTI’s.”
Investimentos
O MS pretende investir R$ 401 milhões para custeio dessas unidades. Deste total, serão aplicados R$ 123,6 milhões para novos leitos. Aos hospitais qualificados como UTI’s pelo SUS, serão destinados R$ 82,4 milhões.
O investimento inicial para unidade Convencional fica em torno dos R$ 186 milhões e para a Canguru, R$ 9 milhões. Os recursos serão repassados mediante a necessidade de cada estado. Até 2014, o MS pretende criar mais 825 novos leitos no país.