A Brigada Militar (BM) procura o metalúrgico Gilson Alan Altmann, 25, suspeito de matar a prostituta Andressa Hann, 22, na madrugada de ontem. Ele escapou pelo interior poucas horas depois de decapitar a vítima. O corpo foi encontrado por volta das 7h na casa de Altmann, depois que familiares acionaram a BM.
A Polícia Civil (PC) suspeita que o crime tenha sido passional. Altmann e Andressa terminaram um relacionamento há cerca de quatro meses, quando o rapaz começou um namoro com uma teutoniense. A vítima não admitia o relacionamento e as discussões eram frequentes.
Andressa foi morta de madrugada na casa do rapaz, na rua Augusto Gartner, no centro. Às 5h40min, Altmann ligou para a irmã e contou sobre o assassinato. Ao chegar em casa, a irmã dele encontrou o corpo da vítima com um corte no pescoço e pediu para o rapaz se acalmar enquanto chamaria o pai Paulo Carlos Altmann.
Nesse período, o metalúrgico decapitou a vítima e fugiu do local. Por volta das 7h, a irmã e a BM chegaram ao local e encontraram parte do corpo de Andressa. Na parede, Altmann deixou uma mensagem de desculpas para a família escrita com o sangue de Andressa. Os peritos criminais chegaram às 11h.
Altmann carregou a cabeça da vítima por cerca de seis quilômetros até a Linha Herval. O trajeto foi percorrido com uma Honda Titan, placa INT 9579, de Imigrante. O metalúrgico entrou em um matagal. Abandonou o resto do corpo e fugiu pelo mato.
Natural de Estância Velha, Andressa trabalhava em uma boate na Linha Berlim, em Westfália.Esse foi o primeiro assassinato registrado pela PC nos últimos dez anos, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado.
Crueldade
O delegado da PC de Estrela, José Romaci Reis classifica o homicídio como cruel. Desmente as informações de que Altmann teria agido em legítima defesa, devido a outros ferimentos encontrados no corpo de Andressa.
Conforme o delegado, a vítima tem duas perfurações no abdômen, feitos com uma faca de cozinha. Acredita que a prostituta tenha morrido em decorrência desses ferimentos. A decapitação teria ocorrido pouco depois da morte.
Desconhece as motivações do crime. Sabe que o ex-casal brigava muito, e que Andressa ameaçou Altmann. Um registro foi feito na delegacia neste ano contra a Andressa.
Ameaça de suicídio
Os policiais militares encontraram uma garrafa de cachaça vazia próximo da cabeça da vítima. Um dos soldados afirmou que Altmann estava sob efeito de drogas – ele tem registros por porte de entorpecentes na Delegacia de Polícia de Estrela.
Por volta do meio-dia, Altmann ligou para a mulher do pai. Estava próximo de um precipício e ameaçou se matar, caso as autoridades chegassem perto. Paulo Carlos, em estado de choque, tentava entender o motivo do crime.
Reis duvida de um possível suicídio. Ressalta que o assassino teria dito isso para despistar as autoridades. Após ouvir as testemunhas, solicitará um mandado de prisão preventiva à Justiça.
Entenda o caso
– Gilson Alan Altmann e Andressa Hann se conheciam há mais de um ano. O metalúrgico e a prostituta se conheceram em uma boate próxima de Imigrante;
– Por diversas vezes, o então casal brigou por ciúmes e devido ao trabalho da vítima;
– Há quatro meses, Altmann rompeu com Andressa e começou a namorar uma teutoniense. A vítima começou a ameaçá-lo, por discordar do romance do agora ex-namorado;
– Andressa foi à casa de Altmann na noite de domingo. Os dois mantiveram relações e voltaram a discutir. Altmann esfaqueou a prostituta por duas vezes no abdômen;
– Às 5h40min, o metalúrgico ligou para a irmã e falou sobre o ocorrido. Quase uma hora e meia depois, cortou a cabeça da vítima e fugiu do local;
– Altmann abandonou a motocicleta em Linha Herval, cerca de seis quilômetros do local do crime. Deixou a cabeça em meio ao matagal e se escondeu. A Polícia encaminhou para o IML;
– Por volta do meio-dia, ligou para os familiares e ameaçou se matar, caso a polícia se aproximasse;
– Até o fechamento desta edição, Altmann permanecia foragido.