A Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) multou em R$ 40 mil a indústria Faros pelo lançamento de efluentes orgânicos no Arroio Sampaio. O crime ambiental foi flagrado pelo Grupo de Policiamento Ambiental (GPA) nessa segunda-feira.
Após a constatação da morte dos animais, o GPA encaminhou ao órgão estadual um relatório sobre os danos causados ao ambiente. O engenheiro químico da Fepam, Wilson Trava Dutra destaca que não é possível determinar o motivo da mortandade devido à falta de amostras dos animais para exame.
Mas ressalta que, frente às características do local, é possível que o produto orgânico advindo da fabricação de farinha de osso tenha causado as mortes. De acordo com ele, com as altas temperaturas do fim de semana, aliada à baixa vazão do arroio, contribuíram para a diminuição do oxigênio da água, levando à morte dos peixes.
Dutra afirma que a Faros tinha autorização para despejo dos resíduos no solo, em área de reflorestamento, já que o material é biodegradável e serve como adubo. Porém a licença está vencida e não se refere ao lançamento dos produtos na água.
Conforme a Fepam, o auto de infração foi encaminhado à empresa. Em 20 dias, a indústria deve apresentar um relatório sobre a destinação dos resíduos, sob pena de ter a multa dobrada.
Entenda o caso
O dono do Balneário Sarandi, Nilson José Dullius, 71, encontrou cerca de 500 peixes mortos no Arroio Sampaio no sábado. Conta que em 30 anos que mora no local, jamais tinha presenciado tantos animais mortos.
Nessa segunda-feira, o GPA esteve no local e realizou o levantamento sobre o dano ambiental. De acordo com o comandante do grupo, soldado Dari Scherer, a multa aplicada pela Fepam será anexada ao boletim de ocorrência.
Os administradores da empresa responderão por crime ambiental. A pena varia de um a quatro anos de prisão.