Eleitores contestam excesso de placas

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Eleitores contestam excesso de placas

Canteiros e até vias públicas estão cobertos de placas e cavaletes de candidatos

Os canteiros das prin­cipais vias da cidade estão lotados de pla­cas e cavaletes com propagandas eleitorais. Muitas desrespeitam a própria legisla­ção federal e ficam em jardins públicos para chamar atenção dos eleitores. O exagero faz com que comerciantes, pedestres e motoristas reclamem dos locais escolhidos pelos 150 candidatos lajeadenses.

pEntre as principais cidades do Vale do Taquari, Lajeado se desta­ca de forma negativa. Os princi­pais pontos escolhidos pelos can­didatos são os canteiros centrais das avenidas Alberto Pasqualini, Avelino Tallini, Alberto Muller e Benjamin Constant. O exagero ocorre ainda em meio a vias pú­blicas, em rótulas de diferentes bairros e trevos de acesso.

Na última semana, diversos flagrantes demonstravam o peri­go. Com os fortes ventos, muitas placas foram derrubadas sobre o asfalto, levando riscos aos mo­toristas. Para o motoboy Ander­son Pereira, os candidatos estão “queimando o filme”. “É uma poluição. Espero que meu candi­dato não adote essa atitude.”

A lei permite a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de ma­terial de campanha e bandeiras nesses locais. Todos os itens pre­cisam ser móveis e não podem dificultar o andamento do trân­sito de pessoas e veículos. Não é o que ocorre no cruzamento entre a Av. Alberto Pasqualini e a rua Duque de Caxias. “Eles não respeitam a passagem de pedestres na calçada do cantei­ro”, reclama a secretária Marli­se Scheibel.

Cenário de outras cidades

O exagero na propaganda eleitoral inexiste na maioria das cidades da região. Em Arroio do Meio, por exemplo, trevos de acesso, canteiros e terrenos públicos não são utilizados por candidatos. As propagandas são expostas em terrenos par­ticulares e de forma amena. O mesmo ocorre em Estrela, Cruzeiro do Sul e Teutônia.

Em Encantado, a BM não precisou cumprir com a retira­da de nenhuma placa eleitoral fora de horário. Segundo o tenente Marcos de Olivei­ra Meirelles, os candidatos têm respeitado o período de exposição das propagandas. O aposentado Antônio Pretto encara as propagandas de forma natural. Comenta a constante disputa de melhores espaços entre os candidatos, “Um querendo colocar a placa antes do que o outro no lugar desejado.”

Mas alguns eleitores re­clamam. As placas estão expostas em rótulas, acessos principais e canteiros centrais das ruas. Algumas pessoas, como o motorista, Valdoni De Paula Santos, dizem que as placas prejudicam a visão dos motoristas em cruzamentos e causam distração. “Placas são piores do que folhetos.”

O que exige a Lei

A lei eleitoral desrespeita a pró­pria legislação municipal. Segun­do o secretário de Planejamento, João Alberto Fluck, conforme o código de posturas do município, o uso de qualquer área pública para veiculação de propaganda precisa necessariamente de au­torização do município. “No caso de propaganda eleitoral, o muni­cípio não interfere, por se tratar de lei superior.”

Conforme a legislação federal, qualquer objeto de campanha pode ficar exposto em áreas pú­blicas das 6h às 22h. Segundo a Brigada Militar (BM), desde o início da campanha, sete placas foram recolhidas por desrespeita­rem o horário. Descumprida a lei, o candidato será notificado para removê-la no prazo de 48 horas, sob pena de ser penalizado em R$ 1 mil a R$ 10 mil e ter a propa­ganda recolhida.

É proibida a colocação de mate­riais em árvores e jardins de áre­as públicas. O veto serve também para muros, cercas e tapumes divisórios, postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, pa­radas de ônibus e outros equipa­mentos urbanos.

Nas eleições de 2010, o Cartó­rio Eleitoral de Lajeado recolheu mais de 150 placas de propa­gandas políticas com apoio da BM. Elas estavam nos canteiros centrais de forma irregular e foram recicladas.

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