Polícia fecha o oitavo rinhadeiro neste ano

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Polícia fecha o oitavo rinhadeiro neste ano

No bairro Planalto, em Lajeado, animais eram vendidos para mais de seis estados

Órgão de proteção a animais de Teutônia e Polícia Civil de La­jeado flagraram mais um local que servia de treina­mento de galos de rinha no bair­ro Planalto, em Lajeado, ontem de manhã. Este foi o terceiro caso naquela comunidade e o oitavo na região em 2012.

Os proprietários criavam os animais para apostadores de todo o país e os vendiam por R$ 500 a R$ 3 mil. No total, foram apreendidos 150 galos de rinha, 32 galinhas e 32 pintos.

rTodos os animais foram abatidos em um frigorífico de Venâncio Ai­res e a carcaça encaminhada para uma empresa de ração no Vale. O sacrifício é exigido pela Vigilância Sanitária porque a carne não pode ser aproveitada para consumo humano, visto que há suspeita de ingestão de hormônios.

Durante as buscas, os policiais encontraram no galpão uma lista telefônica com números de com­pradores de diversas regiões do país. Os nomes serão arrolados nas investigações.

No local, haviam seringas e ana­bolizantes, e os animais estavam com as esporas e cristas cortadas, caracterizando o uso em rinhas.

A ONG recebe informações sobre maus-tratos de animais todas as semanas. Depois de verificar os casos, encaminha o material para a Polícia Civil investigar e flagrar o ato dos criminosos.

Dos locais fechados desde o início do ano, um foi em Poço das Antas, um em Tabaí, um em Paverama, dois em Venâncio Aires e dois em Lajeado, no bairro Planalto, próxi­mo do local fechado ontem.

O delegado de Polícia, Silvio Huppes diz que o proprietário responderá por crueldade contra animais. Ele recebeu um Termo Circunstanciado (TC) – uma noti­ficação de crime – no qual respon­de em liberdade.

O acusado foi flagrado em rinha de galo em Venâncio Aires, sendo reincidente no crime. Isto mudará a pena pecuniária e a multa a ser definida pela Justiça. O trabalho foi acompanhado pela Inspeção Sanitária do estado, que determi­nou o sacrifício dos animais.

O sacrifício

O presidente da ONG, Vlademir da Silva lamenta que os animais sejam sacrificados, mas diz que a medida é necessária porque os proprietários reincidem no crime quando permanecem com a guar­da dos galos.

Segundo ele, os criadores inje­tam anabolizantes e usam ou­tras técnicas, como mergulhos em água gelada, para deixar os animais mais fortes e resisten­tes. O processo começa quando são pintos.

Depois de adultos ficam presos em gaiolas, isolados dos demais, para depois de soltos se atacarem. Nas rinhas brigam até a morte. O vencedor leva parte das apostas.

Ponto de rinhadeiros

É o terceiro ponto de rinha de galo fechado em 2012 no bairro Planalto. Todos ficam próximos da escola municipal e na rua mais movimentada. Os dois primeiros foram localizados em fevereiro. Na ocasião foram sacrificados 32 ga­los de duas propriedades.

O que diz a lei

A lei determina que animais apreendidos em decorrência de atividades que prejudiquem o ambiente podem ser soltos ou entregues a instituições, como zoológicos. Um projeto na Câmara dos Deputados quer modificá-la, exigindo que eles sejam soltos em seu hábitat.

Se forem encaminhados a instituições, os animais devem ficar sob a guarda de técnicos habilitados. Como na região não há estrutura adequada aca­bam sendo mortos.

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