Os constantes furtos a estabelecimentos comerciais no centro mobilizaram um grupo de lojistas a buscar mais segurança. Irritados com os crimes e prejuízos, os empresários pretendem se reunir com o tenente da Brigada Militar (BM) e o delegado da Polícia Civil (PC) hoje à tarde para solicitar medidas mais eficazes contra a ação dos bandidos.
O encontro visa mais vigilância em áreas comerciais e a prisão dos assaltantes. Só no fim de semana, em menos de 24 horas, três estabelecimentos foram furtados. Destes, dois tiveram materiais levados por vândalos com prejuízo superior a R$ 5 mil. Em todos os casos, as vitrinas foram quebradas a pedrada pelos bandidos.
O tenente da BM, Paulo Cezar Diehl suspeita que os crimes foram praticados pelos mesmos indivíduos. Segundo ele, todos envolvidos com o consumo de drogas. Para esta semana, o órgão prevê um reforço na ronda e informa que as ocorrências são investigadas pela PC.
De janeiro a junho deste ano, foram registrados 220 furtos no município. Reconhece a necessidade de mais efetivo e câmeras de vigilância para agilizar o processo de investigação e diminuir o índice das ocorrências. Pede apoio à população para que denuncie casos suspeitos.
Três casos em menos de 24 horas
O proprietário de uma loja de roupas e bazar, Lori João Bagatini se desanima ao contar do furto ocorrido no sábado à noite, próximo da Praça do Imigrante. Com tábuas tapando parte da vitrina danificada, solicita mais segurança. Há dez anos atuando no local, arrombamentos e furtos se tornaram frequentes. O prejuízo ultrapassa R$ 1 mil. “A Brigada prende, e os outros (Justiça) soltam”, se irrita.
O lojista José Eloy Labres reclama. Teve seu estabelecimento de artigos esportivos furtado. “Não acredito na Justiça há tempo. Imagina agora”, se frustra. Teve prejuízo estimado de R$ 3 mil. O fato ocorreu por volta das 4h30min de domingo, na rua Júlio de Castilhos.
Ainda com pedaços de vidro pelo chão, Labres mostra parte dos danos. O manequim teve a cabeça cortada para facilitar o furto da roupa. Segundo ele, os assaltantes arremessaram uma pedra retirada do banco em frente ao prédio.
Labres aguarda a prisão dos culpados. Diz conhecer o assaltante, mas não tem provas. Pediu a presença de um perito no dia, mas teve o serviço negado por impossibilidade do setor.
Outro caso, na mesma noite, foi em uma farmácia, que teve parte da vidraça quebrada. Nada foi levado, porque as embalagens da vitrina estavam vazias. Numa joalheria, o furto foi evitado por grades. A tentativa dos vândalos foi frustrada, deixando o tijolo pendurado no local.
Instalação de câmeras de vigilância
Segundos os comerciantes, uma das soluções para reduzir as incidências de furto é a instalação de câmeras de vigilância em pontos estratégicos. A possibilidade é estudada há três meses, mas esbarra em questões financeiras.
Conforme o presidente da Câmera dos Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Marcelo Peretti, seriam oito câmeras espalhadas por pontos da rua Júlio de Castilhos, perto do hospital e na saída da cidade. Os custos com aparelhos e instalações somam cerca de R$ 150 mil. Por enquanto, não há definição.