Dom Aloísio Sinésio Bohn, um dos nomes mais conhecidos no catolicismo regional e bispo emérito, completa o jubileu de ouro de vida sacerdotal. A data que marca sua trajetória desde a ordenação como padre, em 1961, será celebrada pela Diocese de Santa Cruz do Sul, no domingo, com missa seguida de confraternização.
A cerimônia ocorre na catedral São João Batista, a partir das 19h. A Diocese aguarda a participação de 50 padres, bispos, amigos e integrantes da comunidade. Um conjunto de corais anima o evento.
Dom Sinésio conta que escolheu ingressar na Igreja Católica ainda criança e foi a melhor coisa que lhe ocorreu. Sempre em tom de brincadeira, cita que deixava claro para as meninas que seguiria o Evangelho para se tornar padre.
O bispo emérito observa que a tradição religiosa vem de família. Seu pai era responsável por celebrações na comunidade em que viviam e dom Sinésio tinha contato com livros e participação na missa.
Lembra que, ao se confessar na Primeira Eucaristia, enfatizou a vontade de estudar e se tornar padre. Seus pais João Bohn Sobrinho e Oliva Paulina Both o apoiaram. Dos sete irmãos, seis ingressaram no seminário e dom Sinésio foi o único a concluir o curso.
Acredita que a fase mais importante de sua trajetória ocorreu no Seminário de Viamão, onde levou mais de 80 jovens ao altar. Esse período, de acordo com ele, foi fundamental para acumular experiência. Desde sua ordenação, visitou 1.115 comunidades.
Avalia as mudanças na cultura mundial em comparação ao período que ingressou na religião. O surgimento de novas ideias e igrejas forçam as entidades católicas a trabalhar mais a envagelização do povo.
A um mês de completar 78 anos de vida, dom Sinésio reside na Casa Amparo Fraterno, em Linha Santa Cruz, Santa Cruz do Sul. Com bom humor e disposição, auxilia o bispo dom Canísio Klaus no pastoreio da Diocese e auxilia os trabalhos das irmãs do Mosteiro da Santíssima Trindade de Linha Travessa.
Um pouco da história
Dom Sinésio nasceu em 11 de setembro de 1934, na Comunidade de Linha Bonita, em Montenegro. Estudou os primários em Bom Princípio e secundários no seminário de Gravataí.
Cursou Filosofia e Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, onde foi ordenado padre em 23 de dezembro de 1961. Depois ficou mais dois anos em Roma para estudar Direito Canônico. Na época, se ligou à Ação Católica, particularmente à Pastoral Operária, onde conheceu o Cardeal Cardijn.
De volta ao Brasil, teve uma rápida passagem pelas paróquias São Jorge e São Pedro, de Porto Alegre. Depois passou a se dedicar à formação dos seminaristas como assistente dos estudantes de teologia e filosofia em Viamão. No mesmo período foi professor das disciplinas de Teologia da Graça, Eclesiologia e Pastoral, tanto no Seminário de Viamão quanto no curso de Teologia da PUC-RS.
A ordenação bispal, com o lema “Para que todos sejam um!” se deu no dia 9 de setembro de 1977 no Seminário Maior de Viamão. Trabalhou em Brasília como bispo auxiliar da arquidiocese até 1980, quando foi nomeado 1° bispo da recém-criada Diocese de Novo Hamburgo. Em 31 de agosto de 1986 foi empossado bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul. Em julho de 2010, passou o báculo para Dom Canísio Klaus.
Bispo como padre
Em agosto de 2011, dom Sinésio assumiu a Paróquia de Santa Clara do Sul por 30 dias, durante uma viagem do então pároco Hilário Dewes à Alemanha. Foi a segunda vez na história da Diocese de Santa Cruz do Sul, fundada há 53 anos, que um bispo foi padre interino de uma paróquia.
A primeira vez em que um bispo assumiu uma paróquia foi com dom Alberto, que quis ser padre em Amaral Ferrador, no extremo sul do estado.
