Terreno particular é usado como lixão

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Terreno particular é usado como lixão

Área no bairro Moinhos recebe resíduos da construção civil, pneus e lixo doméstico

aUm terreno particular de 200 metros quadrados tem servido de depósito irregular de lixo na rua dos Marinheiros, no bairro Moinhos. No local, são colocados eletrodomés­ticos, pneus, restos de construções, animais mortos, entre outros. O problema é recorrente. Autoridades alegam dificuldades para destinar de maneira correta os materiais re­colhidos nas ruas e para fiscalizar o lixão clandestino.

Moradores afirmam que cami­nhões da administração municipal transportam os resíduos todos os dias. O catador de materiais reci­clável, Alberto Trindade, 35, mora na rua e conta que, além dos veí­culos do Executivo, outras pessoas usam a área como lixão. Ele reco­lhe os pedaços de ferro, plástico e latas que estão no local.

O secretário de Desenvolvimen­to Urbano, Nardi Afonso da Silva confirma que servidores levam entulho verde e restos de constru­ção para o terreno. Mas nega que outros tipos de materiais sejam depositados. “São orientados a não coletar nenhum tipo de lixo, ape­nas galhos de árvores, concreto e tijolos quebrados.”

No entanto, mesmo as sobras de construção estão proibidas de serem depositadas sem licença. Conforme o comandante do Grupo de Policiamento Ambiental (GPA), Dari Scherer, o município não deve recolher esses resíduos.

O excesso de concreto, telhas, ti­jolos e outros itens, podem poluir o solo. Outro aspecto ressaltado por Scherer é quanto a proximi­dade da área com o Rio Taquari. “Em períodos de enchente, a água invade o terreno.”

O comandante diz que os gerado­res dos entulhos de construção civil são responsáveis pela destinação correta dos materiais. De acordo com ele, o GPA investigará o caso. “Procuraremos o dono da área e a administração municipal.”

Alega que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) será comunicada para avaliar a poluição no local. “Nosso tra­balho agora será de vistoriar o terreno, confirmar se há licença. Do contrário, a área será embar­gada”, antecipa Scherer. Os res­ponsáveis podem responder por crime ambiental.

Prefeito desconhece o lixão

A informação sobre o descarte irregular no bairro Moinhos sur­preendeu o prefeito Celso Bröns­trup. “Meu secretário tem que me dizer o que está acontecendo.” Afirma que fará uma reunião com os secretários de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Urbano para solucionar o problema.

Para ele, é necessário ampliar a fiscalização no local. Brönstrup acredita que, por não haver cer­cas, as pessoas despejam o lixo no terreno. “O resíduo verde e algum material de construção não tem problema. O que não pode é colo­car pneus, lâmpadas e lixo domés­tico.” Conta que pretende cercar o terreno para restringir a entrada das pessoas.

Depósito irregular de lixo é recorrente

Em maio, o GPA notificou a administração municipal por depositar lixo em terreno público, na rua Arnaldo Diel. Como a retirada dos materiais foi imediata, nenhum dano ambiental foi constatado e o inquérito arquivado.

“Situação fugiu do controle”

A secretária de Meio Am­biente e Saneamento Básico, Ângela Schossler confirma que o descarte é feito de maneira ilegal. Refere a outros municí­pios da região que sofrem com o mesmo problema. Apenas duas cidades no estado têm local correto para destinar as sobras da construção civil.

Na rua dos Marinheiros, conta que o proprietário da área procurou a secretaria pedindo aterro. Ressalta que havia cercas no terreno e o portão era cadeado. Mas hoje não há qualquer obstáculo para impedir que pessoas coloquem lixo no local. “A situação fugiu do controle.”

A secretária afirma que os servidores são orientados para não depositar pneus, sofás e resíduos domésticos em áreas sem licença. “Temos locais espe­cíficos para cada tipo de lixo.”

Para ela, as irregularidades ocorrem porque o município não tem uma política estabele­cida para o recolhimento dos resíduos da construção civil. Cita a elaboração de estudo que avalia a geração e o destino desses materiais. “Esse levantamento apresenta alter­nativas para o destino desses resíduos.”

O diagnóstico que compõe Plano Integrado de Gerencia­mento de Resíduos da Constru­ção Civil (PIGRCC) será apre­sentado no dia 15 de agosto.

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