Produtores rurais de Picada Serra calculam os prejuízos causados por animais silvestres. Há um ano, eles têm as plantações danificadas pela ação de tatus, quatis e veados, que invadem a zona rural em busca de comida.
É o caso de Alcione Zangalli, 36. Ele estima ter perdido 600 quilos de grãos de milho só neste ano devido à ação dos quatis. Os tatus também atrapalham o trabalho. Ele desativou uma horta porque os animais caçavam minhocas e destruíam os legumes.
Zangalli recomeçou o cultivo nas proximidades de casa e deixa uma lâmpada ligada. Acredita que os animais evitarão o local se este estiver iluminado. A exemplo de vizinhos, prevê instalar uma cerca elétrica na lavoura, mas se queixa das regras ambientais. “Se eu matar um animal, terei que pagar multa, mas ninguém dá um saco de milho para nós devido aos prejuízos (sic).”
O morador Sebastião dos Santos, 69, também reclama da ação dos animais. Relata que a plantação de aipim foi devorada por quatis. O alimento serviria para consumo próprio. Santos acredita que o abandono de algumas propriedades rurais estimula a propagação dos animais silvestres.
Faltam predadores
O professor de biologia da Univates, Carlos Benhur Kasper, corrige o produtor. Destaca que o crescimento da população de animais silvestre ocorre pela falta de predadores. Eles procuram a alimentação em áreas periféricas, que antes não ocupavam.
Kasper sugere duas medidas para evitar a invasão das propriedades: a instalação de cercas elétricas e o uso de fogos de artifício e bombinhas – caso um agricultor flagre a ação. A caça de animais silvestres é crime e pode resultar em multa e detenção por até dois anos.