Parte do material apreendido pela Brigada Militar (BM) e pela Polícia Civil (PC), oriundo de furtos, será doada a entidades assistenciais. Entre os objetos armazenados no subsolo da Delegacia de Polícia do município estão 130 bicicletas, televisores e calçados. Os donos têm até o fim do mês para retirarem seus pertences.
Em um primeiro momento, só as bicicletas serão doadas porque ocupam muito espaço no depósito. Há três entidades cadastradas para receberam o material. Outras que tiverem interesse devem enviar um ofício ao delegado Silvio Huppes, descrevendo a necessidade em receber os objetos.
Algumas bicicletas têm mais de cinco anos e estão deterioradas pelo tempo, visto que o depósito onde ficam pega sol e água da enchente. Na maioria dos casos, a polícia não descobre quem é o proprietário ou a pessoa lesada não recolhe o material.
De acordo com Huppes, os agentes avisam as vítimas quando encontram algo furtado, mas há situações em que os pertences de menor valor aparecem com características diferentes daquelas descritas na ocorrência policial.
“A vítima tem furtada uma bicicleta verde, mas o bandido a pinta de vermelho, daí não é mais encontrado o mesmo objeto.” Há casos em que o dono não registra ocorrência ou desiste de procurar depois de algum tempo.
Como retirar os produtos furtados
Só é possível retirar o material do depósito se a vítima tiver nota fiscal e um registro de ocorrência na Delegacia de Polícia, no qual mencione o furto.
Conforme o delegado, uma alternativa é instaurar um processo testemunhal, em que uma terceira pessoa vai até a delegacia com a vítima e reconhece o objeto furtado, tudo sob análise da polícia.
Huppes relata que o processo burocrático é necessário para se ter certeza de que o produto voltará para quem o perdeu. Segundo ele, mesmo que o objeto levado seja de pequeno valor, deve ser registrada ocorrência.
A importância de reconhecer o material
É importante a vítima procurar pelo material furtado para ajudar a polícia a esclarecer o crime. De acordo com a legislação, a autoria de um delito só é comprovada se a polícia pegar o criminoso em flagrante ou então a vítima reconhecer o material apreendido.
Os produtos de maior valor podem servir de ferramenta de trabalho para a própria polícia. É o caso de computadores, carros e outros utensílios. Para isso, o delegado precisa fazer uma solicitação judicial.
Esses materiais mais valiosos, normalmente, entram no depósito porque foram recolhidos sem notas fiscais da casa de suspeitos de traficar drogas. Hoje, a BM e a PC trabalham com vários equipamentos dessa procedência.