No dia em que o governador do estado, Tarso Genro vem à região para inaugurar duas obras (viaduto sobre a ERS-130, em Lajeado e a pavimentação da ERS-421, em Forquetinha), a comunidade reitera cobranças.
Solicita agilidade na pavimentação dos nove acessos a municípios e o cumprimento de antigas promessas, como a duplicação da ponte sobre o Arroio Saraquá, na ERS-413, que liga Lajeado a Santa Clara do Sul. Novo pedido pela duplicação da ERS-130 também será feito ao governador.
As promessas do estado contrastam com a realidade. Em abril de 2011, o secretário estadual adjunto de Infraestrutura (Seinfra), Claudio Bragagnolo garantiu para um ano a conclusão da pavimentação dos acessos de Itapuca, Canudos do Vale, Relvado, Boqueirão do Leão, Forquetinha e Sério. O prazo esgotou e só duas obras de acessos foram concluídas. As demais avançam a passos lentos.
No bairro Moinhos, em Lajeado, moradores e motoristas estão irritados devido à demora na duplicação da ponte que dá acesso a Santa Clara do Sul. O motorista Arnildo de Oliveira, 56, contesta as promessas políticas de duplicar a ponte sobre o Saraquá. “Anunciam isso há anos, não devem se promover quando não têm certeza se podem começar. Gostaria de saber quem organiza isso.”
A cobrança é reforçada pelo morador José Kloss, 51, que caminha todos os dias pela rodovia. Ele ressalta que diversos acidentes acontecem no local e teme pela segurança da comunidade.
Outra reivindicação é a duplicação da ERS-130, entre Venâncio Aires e Muçum. O aumento na frota de veículos, somado à falta de planejamento adequado, provoca congestionamentos que chegam a um quilômetro nos acessos à rodovia, sobretudo nos trevos do Posto do Arco e da BR Foods, em Lajeado.
O borracheiro Lóris Dionísio, 39, viu muitos acidentes nos últimos meses. Ele ressalta que o viaduto que será inaugurado ameniza apenas os transtornos para quem vai à Univates, mas não para quem se desloca pela rodovia.
Agenda de Tarso no Vale
Neste sábado, o governador inaugura o viaduto sob a ERS-130, no bairro Campestre, em Lajeado e o trecho asfaltado da ERS-421, que liga o município a Forquetinha. Será acompanhado do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque e do diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), José Francisco Thormann.
Às 10h, o grupo estará no viaduto e às 11h, na ERS-421. Após o ato, que ocorre no quilômetro 11 da rodovia, Genro fará pronunciamento na Praça Deputado Júlio Redecker, no centro de Forquetinha.
Três obras não começaram
Das nove obras prometidas pelo governo, duas estão concluídas, quatro estão em andamento e outras três ainda não começaram. Os acessos a Capitão (ERS-482); Coqueiro Baixo (ERS-425) e Travesseiro (entre a VRS-811 e a VRS-311) dependem de liberação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e não possuem previsão de início.
O atraso na conclusão do asfaltamento de acessos aos municípios põe em risco o desenvolvimento econômico. A poeira, aliada às estradas em condições precárias, dificulta a disseminação de projetos, como a implementação de rotas turísticas, instalação de empresas e a atividade agropecuária.
A agricultura familiar é uma das afetadas com a demora e sofre com o êxodo rural. Dos sete municípios que aguardam pela conclusão das obras, apenas Capitão não registrou redução populacional nos últimos dez anos. Especialistas indicam que estes índices decorrem, dentre outros motivos, da precariedade dos acessos.
O Daer informa que aguarda a ordem do governo do estado para iniciar a obra nas três rodovias. Aponta que os trabalhos fazem parte do segundo grupo de recursos a serem liberados pelo estado e a previsão de inicio é para este segundo semestre.
Em Relvado, entre a VRS-320 e a ERS-332, a obra está concluída até a divisa com o município. De um total de 16,6 quilômetros, nove estão prontos e sete em andamento. Três equipes fazem o trabalho. Uma para os serviços de adequação da área, outra para o assentamento da brita e a terceira na colocação da manta asfáltica. O custo é de R$ 14,7 milhões.
A obra no município começou durante o governo Brito, há 14 anos, e depois parou. A rodovia liga Relvado a Encantado. Estima-se que faltem 36% e a conclusão está prevista para setembro.
A ligação a Sério, pela ERS-421, tem 22,8 quilômetros. Embora tenham iniciado os processos de drenagem, terraplenagem e construção de bueiros, apenas quatro quilômetros receberam camada asfáltica. A promessa de conclusão até dezembro não deve se concretizar. O Daer já reconhece o atraso.
O valor previsto é R$ 15,85 milhões. A obra está com 50% dos serviços executados, sendo 10% de terraplenagem.
A ligação a Boqueirão do Leão pela ERS-421 tem 21,6 quilômetros de extensão e está com 65% dos serviços executados. A previsão é concluir os trabalhos até agosto de 2013. São investidos R$ 12,28 milhões.
O acesso a Canudos do Vale, pela ERS-424, tem 15,6 quilômetros e está avaliado em R$ 14,62 milhões. Possui 76% dos serviços executados e a previsão é concluir em agosto de 2013.
A ponte no bairro Moinhos, em Lajeado tem mais de 40 anos e sempre foi um local perigoso. Desde 2007, o jornal A Hora publica promessas dos representantes públicos e o seu descumprimento.
Conforme a Secretaria de Obras, a ordem de serviço está confirmada e o Daer estima que a obra, quando iniciar, leve entre cinco e oito meses.
No fim de 2011, foi noticiado o início das obras, mas os trabalhos esbarraram na necessidade de remoção de parte da rede elétrica no local, que ainda não foi feita.
A obra na ERS-421, ligação entre Lajeado e Forquetinha, foi concluída em março, pondo fim a uma reivindicação superior há dez anos. Foram investidos R$ 3,29 milhões para pavimentar um trecho de 13,6 quilômetros. O trajeto será inaugurado, neste sábado, pelo governador do estado, Tarso Genro.
Os moradores elogiam a obra. No trecho em que há maior número de residências, foi construído uma pista exclusiva para os pedestres, reduzindo os riscos de atropelamento.
A pavimentação da ERS-332, em Itapuca, foi concluída no fim de 2011. O empresário Ezequiel Fachinetto ressalta a importância da obra, após longos anos de espera e prejuízos. Ele faz quatro viagens até a cidade para entregar tijolos e material de construção. “A economia chega a 30%. Faltou vontade política para iniciarem os serviços antes.”
A obra custou R$ 6,53 milhões e a rodovia tem 12,9 quilômetros de extensão.