O aumento da procura por vacinas contra a gripe A nos últimos dias, motivado pelo crescente número de mortes devido à doença e de casos com suspeita do vírus, terminou com o estoque de doses na região, tanto nos postos de saúde dos municípios como em clínicas particulares.
A 16ª Coordenadoria da Saúde (CRS) aguarda o repasse de novas doses do estado. Segundo o coordenador Jolci Leo Bolsi, não há definição de quantas vacinas serão enviadas nem de quando isso ocorrerá. “Elas deverão ser distribuídas aos municípios de acordo com a sua população.”
Bolsi informa que o ponto mais próximo é Porto Alegre, que recebeu a maior parte das 500 mil doses repassadas pelo governo federal na semana passada. Apesar do número de mortes ter aumentado neste ano – 15 ante 8 em 2011, ele alega que a população não precisa entrar em pânico e que o quadro está controlado.
Como a campanha de vacinação iniciada dia 5 de maio ficou aquém do esperado – só 70% do público-alvo se imunizou, mesmo com a prorrogação até 13 de junho –, as doses que vierem para a região serão destinadas aos grupos de risco.
No Vale, 51.524 pessoas foram vacinadas, sendo 5.016 crianças, 4.453 profissionais de saúde, 2.117 gestantes, 133 indígenas e 39.971 idosos. As doses que sobraram na rede pública durante campanha foram usadas.
Nas últimas semanas, as clínicas de imunização tiveram mais de cem procuras por dia para a aplicação da vacina. Na rede particular de saúde, o custo médio da dose é de R$ 70.
De acordo com o enfermeiro de uma das clínicas, Adriano dos Santos, a instituição recebeu um lote de cem doses na quarta-feira da semana passada e até as 13h do dia seguinte, todas foram aplicadas. Na manhã de ontem, quando chegou o último lote de 50 doses, elas acabaram em menos de uma hora.
Santos informa que não há mais vacinas nas distribuidoras brasileiras nem previsão de novo envio. Sugere que as pessoas procurem pontos em Porto Alegre, cidade gaúcha que recebeu o maior número de vacinas.Todos os óbitos registrados no estado foram de pessoas sem a vacina.
Procura de empresas
As empresas também começam a se preocupar com a disseminação do vírus no ambiente de trabalho e procuram por doses em clínicas privadas.
Uma construtora de Porto Alegre que atua em Lajeado busca a vacina para pelo menos 50 funcionários, mas enfrenta dificuldades para encontrar.
A empregada doméstica Susana Vieira conta que está sendo pressionada pelos chefes a fazer a vacina. Ela nunca se imunizou contra o vírus, mas garante que dificilmente fica doente. Até agora, ainda não achou uma dose.
Mais dois casos na região
O Hospital Bruno Born (HBB) trata dois bebês do sexo masculino, um de 15 dias e outro de 2 meses, com suspeita de gripe A. Eles seguem internados, isolados dos demais pacientes.
No Vale do Taquari, há registros de pelo menos 12 casos, cinco em Lajeado, quatro em Encantado e três em Teutônia.
Um deles foi confirmado. Três das pacientes que passaram pelo hospital de Lajeado eram mulheres entre 30 e 40 anos e que nunca tinham feito a vacina.