Obra em trecho da BR-386 atrasa outra vez

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Obra em trecho da BR-386 atrasa outra vez

Funai aguarda licença de Estrela para autorizar duplicação em oito quilômetros

A burocracia do sistema brasileiro e a falta de in­formações por parte dos órgãos federais preocu­pam a Câmara de Indústria e Co­mércio (CIC-VT) regional. A entidade aguarda a liberação de oito quilô­metros dos nove impedidos para a duplicação da BR-386. A obra nesta extensão está interrompida por de­terminação da Fundação Nacional do Índio (Funai).

iO principal problema é o rema­nejo da tribo indígena caingangue, da beira da rodovia federal. A Funai aguarda o licenciamento ambiental para autorizar a obra no trecho. Para o presidente da entidade, o economis­ta Oreno Ardêmio Heineck, há uma falta de interesse entre os envolvidos na duplicação – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Funai e Departamento Nacional de Infraes­trutura de Transporte (Dnit).

Heineck afirma que a presidên­cia da Funai prometeu a liberação do trecho para maio. “Essa demora mostrou que as promessas não po­dem ser levadas a sério.” Afirma que a entidade voltará a pressionar as es­tatais para acelerar o processo.

Em matéria publicada pelo jornal A Hora no início do mês, a Funai desmentiu a promessa. Condicionou a liberação do trecho ao documento municipal, que ainda não foi enca­minhado.

Falta documento

O Executivo estrelense está com o licenciamento ambiental quase pronto. A falta de um documento do Dnit impede a análise da Funai e o início da obra no trecho. De um total de 33 quilômetros, ape­nas nove estão sem o trabalho das máquinas.

A secretária de Meio Ambiente de Estrela, Ângela Schossler deve encaminhar a documentação para a Funai amanhã. Aguarda uma resposta do Ibama. Segundo a secretária, ela quer que o insti­tuto confirme estar ciente dos lau­dos técnicos emitidos pelo Execu­tivo a fim de dar mais segurança ao processo.

O Ibama transfere a responsabi­lidade da negociação ao Dnit e à Funai. Os órgãos não se manifes­taram sobre o assunto.

Resignação

A posição da CIC-VT encontra re­sistência de membros da Comissão Pró-Duplicação da BR-386. Em e-mails internos, alguns pediram mais calma para a Heineck a fim de evitar desgaste com o governo federal.

O presidente do Conselho de Desen­volvimento do Vale do Taquari (Code­vat), Ney Lazzari, é um dos que prefe­re aguardar o fim do mês. “As pessoas se comprometeram que até o fim de junho teria uma definição”, diz. “A gente tem que dar tempo necessário para eles fazerem as coisas.”

Ele duvida que a obra seja para­lisada – uma das maiores preocu­pações de Heineck. Afirma que as pessoas têm de se acostumar com a burocracia do país para esse tipo investimento. Classifica de angus­tiante a maneira como o andamen­to da duplicação é conduzida. “Ou a gente se acostuma com isso, ou se muda de país”, desabafa. “As coisas sempre funcionaram desse jeito.” A Conpasul, empresa contratada pelo Dnit, não se manifesta sobre o an­damento da obra.

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