Moradores ironizam inércia do governo

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Moradores ironizam inércia do governo

Promessa de reiniciar asfaltamento na VRS-482, após 14 anos, será descumprida

A expectativa da popula­ção de rever as máqui­nas na VRS-482, após 14 anos de espera, se estende por mais tempo.

A Secretaria Estadual de Infra­estrutura e Logística (Seinfra) estabeleceu o dia 1º de julho para recomeçar a obra de as­faltamento na estrada que liga Arroio do Meio a Capitão. Porém, admite o atraso devido à falta de licenciamento ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

O governo do estado iniciou o trâmite para contratar uma empresa que realizará o levanta­mento sobre o impacto ambiental no trecho. Com o estudo, a Fepam libera a retomada do asfaltamen­to no trecho de 16,5 quilômetros. Pelo cronograma, o documento estará pronto em agosto.

Integrantes da administração municipal foram à sede da Seinfra ontem. Conforme o secretário de Planejamento de Arroio do Meio, Carlos Henrique Meneghini, para agilizar o processo, o Executivo se dispôs a contratar a empresa para fazer o licenciamento. O governo estadual rechaçou a proposta.

Outra sugestão do município foi utilizar recursos próprios e fazer parte da obra. A empresa de São Paulo que venceu a lici­tação em 1998 não abre mão de realizar o serviço, mesmo pas­sando por um processo de recu­peração fiscal. Caso não tenha condições para executar a obra, o governo do estado terá de fa­zer uma nova licitação.

População critica a demora

No pátio das casas e proprieda­des rurais de Arroio Grande, uma dezena de placas mostra a insatis­fação dos moradores. Os recados são irônicos, como: “Papai Noel ou asfalto. Em quem você acredita?”, “Fim do mundo ou o asfalto. O que será primeiro?” e o clássico: “Sem asfalto, sem voto.”

Alguns moradores concordam, inclusive, em bloquear o trânsito no trecho. “Assim pressionaremos os governos para agilizar essa obra que deveria estar pronta há tempo”, diz o ferreiro Hermeto Goettens, 49.

Marcos Kramer tinha 10 anos quando os serviços começaram, em 1998. Ele lembra das máqui­nas preparando o terreno. Naque­le ano, a terraplenagem, a drena­gem e a base de brita foram feitas, faltando a colocação da camada asfáltica. Hoje, todo esse serviço terá de ser refeito. Kramer está re­ceoso com a volta das máquinas. “Agora só acredito vendo.”

O trecho entre os dois municí­pios tem um trânsito intenso, em especial de veículos com placas de Capitão, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo e Arroio do Meio. São cami­nhões, carros e tratores agrícolas que trafegam pela estrada de chão batido. A poeira é a principal reclamação daqueles que moram às margens da rodovia.

Acessos Aos municípios da região

Nos nove municípios sem acesso asfáltico no Vale, duas obras foram concluí­das: na ERS-332, em Itapuca e na entrada da BR-386, em Forquetinha.

Conforme o Departamen­to Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), estão em andamento as obras de o as­faltamento em Boqueirão do Leão, na ERS 332 em Relvado, na ERS-421 em Sério e na ERS 424 em Canudos do Vale.

As obras restantes, que en­globam o trecho de Arroio do Meio e Capitão, o acesso a Tra­vesseiro e a obra entre Coquei­ro Baixo e Nova Bréscia, estão paralisadas. O governo do estado dispõe R$ 600 milhões para serviços em 30 cidades

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