O aumento no número de mortes no trecho de fiscalização da 4ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF) preocupa os órgãos de segurança. Vinte e quatro pessoas morreram em acidentes de trânsito entre janeiro e maio. No mesmo período em 2011 foram 17 vítimas.
Por outro lado, o número de acidentes diminuiu. Em 2011, 541 casos foram registrados ante 503 no primeiro semestre deste ano. A quantidade de feridos também reduziu. Foram 172 pessoas contra 200 em 2011.
O chefe operacional da 4ª Delegacia da PRF, Leandro Waschholz informa que dos acidentes com morte no ano, 17 foram provocados pelo excesso de velocidade. Outro fator de risco são as ultrapassagens em local proibido.
Responsável por fiscalizar 250 quilômetros da BR-386, entre Vitor Graeff e Canoas, a PRF intensificou o controle da velocidade, desde o início do mês, em seis pontos: Tio Hugo, Soledade, São José do Herval, Lajeado/Estrela, Tabaí e Canoas. Waschholz diz que foram considerados os índices de acidentes nos trechos.
Atropelamentos
A morte de três pessoas atropeladas na rodovia mobiliza a PRF. O chefe operacional relaciona os casos com a imprudência dos pedestres que atravessam em locais inadequados.
De acordo com Wachholz, no trecho de Estrela, onde não há iluminação, foram nove atropelamentos durante a noite. Nos quatro quilômetros da área urbana de Lajeado, houve seis casos. De dia, a PRF contabilizou seis atropelamentos em Estrela contra 13 em Lajeado.
Wachholz acredita que o comportamento dos pedestres está ligado à crença de que os acidentes acontecem só com os outros. Diz que as pessoas recorrem ao que pensam ser mais fácil, desconsiderando os riscos.
Segundo ele, trabalhos voltados à conscientização e à educação no trânsito ajudam a modificar o comportamento. No entanto, defende medidas mais efetivas, para inibir que os pedestres atravessem pela rodovia.
Cita a colocação de obstáculos nos trechos onde há passarelas e a transferência de pontos para travessia em locais com melhor visibilidade.
Imprudência dos pedestres
Nas imediações do Unicshoping, em Lajeado e no bairro Boa União, em Estrela, é comum ver pedestres atravessando a rodovia sem usar a passarela. O operador de empilhadeira Moises Reginaldo da Rosa, 24, conta que nunca utiliza a passagem. Para ele, é mais prático atravessar por entre os carros. “Tem de fazer uma baita volta.”
O autônomo Cassiano Batista, 25, pensa o contrário. Prefere usar a passarela. No entanto, na tarde de terça-feira, diz que precisou atalhar pela BR-386 para pegar o ônibus.