A insegurança dos motoristas na ERS-128 (Via Láctea) permanece. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) descarta qualquer melhoria na rodovia, no trecho de dez quilômetros no perímetro urbano.
No início da semana passada, a estatal propôs construir rótulas fechadas em alguns pontos da estrada. A obra seria feita em parceria com a administração municipal. Porém, a necessidade de alargar a pista nestes locais impediu que a ideia fosse concretizada.
Conforme o diretor de Operação Rodoviária da estatal, Cléber Domingues, a desapropriação de algumas áreas seria de responsabilidade do município. “Como sairia muito caro, eles decidiram não fazer nada agora.” Nenhuma das partes envolvidas informou o valor.
A negativa do município motivou outra proposta do Daer. Em um encontro no dia 11, o prefeito Renato Altmann e o superintendente regional da estatal, Hildo Mourão, decidiram pela construção de quebra-molas.
Os pontos estavam definidos e o pedido foi encaminhado para Domingues. Desta vez, a discordância foi do Daer. Domingues afirma que lombadas físicas seriam prejudiciais ao trânsito local. “São muitos caminhões que trafegam por ali, o que torna esta obra inviável.”
Ele informa que uma reunião entre o Daer e o município deve ocorrer nesta semana, para estudar a adoção de outras medidas.
Um acidente a cada cinco dia
A Via Láctea é o ponto mais crítico do trânsito teutoniense. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) registrou 31 acidentes no trecho entre 1º de janeiro e ontem – média de um acidente a cada 5,5 dias.
Neste período, houve duas mortes. A mais recente foi de Ivete Mello Saldanha, 39. Ela perdeu o controle do veículo no Km 27 da rodovia e bateu em um abrigo de ônibus, morrendo no local.
Para o comandante da PRE teutoniense, sargento Radamés Prediger, melhorias são essenciais. Considera a construção de rótulas fechadas a mais viável para o momento. A estrutura obrigaria os motoristas a reduzirem a velocidade nos principais acessos aos bairros.
As medidas são consideradas ineficazes por alguns motoristas, como Neri Rothe. “O pessoal só reduzirá onde tem rótula e depois continuará desrespeitando o limite de velocidade.”
Duplicação descartada
Desde que assumiu o município, em 2009, Altmann, integrantes da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) local e entidades sociais iniciaram as manifestações para que o trecho urbano da Via Láctea seja duplicado. De lá para cá, pouco avançou.
Nas conversas com o Daer, a estatal deixou clara a impossibilidade de fazer a obra neste momento. Domingues cita como exemplo a duplicação da BR-386, entre Estrela e Tabaí, que demorou mais de 20 anos para começar.
Segundo Domingues, a estatal tem poucos recursos até para fazer o projeto – quiçá a duplicação. Também seriam necessárias desapropriações, pois parte da obra vai além da faixa de domínio estadual.