Alusivo aos seus 65 anos de fundação, a Cooperativa Cosuel de Encantado inaugurou, nesta sexta-feira, a sua fábrica de leite em pó construída em Palmas, às margens da RS-130, em Arroio do Meio.
O investimento total na nova indústria é de R$ 64,4 milhões, valor financiado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Banco do Brasil. Conforme o presidente Gilberto Piccinini, graças à tecnologia de ponta, importada da Alemanha, a Dália terá condições de produzir dentro de padrões internacionais. “A exportação é fundamental para viabilidade da cadeia produtiva do leite.”
Piccinini adianta que até 2014 o faturamento da cooperativa deve chegar a R$ 1 bilhão com todos os investimentos que estão previstos, entre eles a duplicação da produção de carne suína e derivados. Observa que até dezembro deve estar concluído outro prédio para a fabricação de leite UHT no mesmo terreno. O investimento será de R$ 15 milhões.
O supervisor de indústria Pedro Mallmann destaca que a industrialização na fábrica de leite tem quatro fases. Na primeira, o produto é condicionado e preparado por meio de resfriamento, padronização e pasteurização. Depois, aparelhos concentram o produto até que permaneçam 52% de água. Em seguida, entra em um processo de secagem até atingir 2,5% de umidade. Por fim, o leite em pó é embalado e estocado para que seja destinado aos consumidores.
A capacidade para estocagem é de três mil toneladas, o que equivale a 25 milhões de litros de leite de associados. A capacidade de processamento é de 500 mil litros/dia. “Este patamar deveremos atingir até 2016, quando a fábrica deverá produzir 60 toneladas de leite em pó por dia.”
Com a inauguração da fábrica de leite em pó da Dália Alimentos, triplicará a capacidade estadual instalada para processar o produto em relação a 2005, quando a produção começou no estado.
Segundo o diretor superintendente, Carlos Alberto de Freitas serão produzidos leite em pó integral, desnatado e instantâneo, em embalagens de 200 gramas até 25 quilos. A indústria necessitará de dez mil litros de leite por dia para atender a demanda inicial. A matéria-prima para a fábrica será produzida por 1.747 mil produtores de 70 municípios do estado.
O faturamento anual será de R$ 200 milhões. Para aumentar a oferta de matéria prima, em novembro foi lançado o Programa Associativo de Produção Leiteira baseado no modelo do estado da Galícia, na Espanha. O projeto é inédito no país e busca reunir as pequenas propriedades familiares, aumentando a produtividade, os lucros e a qualidade do leite produzido.
Importância das cooperativas
O ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho destacou a importância das cooperativas para a economia brasileira. Comentou que o número de cooperados cresceu 11% em 2011, passando de dez milhões. A projeção é de que o número de associados chegue a 12 milhões e o de empregados 353 mil até 2016.
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergílio Perius aponta o cooperativismo como o fortalecimento do agronegócio. “O modelo é considerado um dos mais democráticos em distribuição de lucros.”
Cita que no estado tem 1.050 cooperativas constituídas, que reúnem 1.999.766 milhão de cooperados e geram 48.755 mil empregos. O faturamento anual chega a R$ 18 bilhões. No mundo, cerca de 1 bilhão de pessoas estão inseridas no cooperativismo.
Projeção lucros
Os produtores acreditam que a exportação de derivados de lácteos será uma forma de aumentar seus lucros, fazer novos investimentos e ampliar a produção no futuro.
O produtor de leite Sérgio Duratti de Linha Ernesto Alves, em Nova Bréscia, produz em torno de 200 litros por dia. Até dezembro projeta aumentar em 50%. “Tendo um produto de qualidade, poderemos exportar os derivados e aumentar os rendimentos.”
Ele elogia o investimento na fábrica e a valorização do associado.
A empresa
– São 3.515 associados em 105 municípios do estado.
– O faturamento em 2012 deve chegar a R$ 570 milhões. Até 2014 a projeção é de chegar a R$ 1 bilhão.
– Atua na área de suínos e leite.