O Convento Franciscano São Boaventura, no bairro Daltro Filho, receberá melhorias a partir de 2013. Empresários gaúchos e o coordenador da escola de formação seminarista, frei Nelson Mueller, definem o cronograma das obras, que será feita em duas etapas.
A primeira contempla a elaboração do projeto. Está prevista a reforma dos 64 quartos do imóvel, que promoveu aulas para seminaristas durante 55 anos. Os cômodos serão transformados em suítes, para dar mais conforto aos visitantes que pernoitam no local.
Hoje, os turistas precisam se deslocar para um dos 24 banheiros coletivos – divididos nas quatro alas do prédio histórico. Outra ideia é aumentar o estacionamento, com a entrada pela rua Frei Tiago e a saída por uma rua transversal de paralelepípedo, em frente ao convento.
Com isso, espera-se facilitar o tráfego dos ônibus excursionistas, que precisam fazer diversas manobras e ocupam muito espaço na parte interna. Mueller acredita que o projeto estará pronto para o fim deste ano.
Quando finalizado será feito um orçamento. Com os dados, marcará uma reunião com os empresários para buscar recursos. “Não temos como fazer estas melhorias sozinhos e necessitamos de investidores.” O frade projeta o início das obras para março.
As negociações
novembro, quando um grupo de empresários participou de um curso no local. Disseram a Mueller que o espaço deveria ser melhor aproveitado e sugeriram a reforma.
Foi formado um grupo de trabalho para estudar as possibilidades. Ao frei, os empresários se dispuseram a auxiliar com alguns investimentos e na busca de recursos para implantar as melhorias.
Hoje, o dinheiro é arrecadado pela hospedagem de integrantes de cursos e de excursões. Com a reforma, o valor das diárias pode ser elevado e auxiliar na manutenção do Convento São Boaventura.
Cursos ecumênicos
O convento deixou a formação de seminaristas. Após 55 anos de atividade, faz apenas o curso de noviciado, quando os formados em seminários de diversas localidades se dirigem ao município para saber se seguem a vida religiosa.
Mueller reconhece que isso é pouco para o convento. Estuda a abertura do espaço para cursos de outras religiões, hoje restrita à cultura franciscana.
Frei descarta hotelaria
Uma das especulações da comunidade é de que o convento seja transformado em hotel. Mueller reconhece que é comum alguns turistas aproveitarem o fim de semana para pernoitar no local, mas descarta a hipótese.
Todos os fins de semana, até o fim do ano, estão agendados para excursões e Mueller especula que, caso fosse um hotel, poderia prejudicar a programação. Acrescenta que esta ideia confrontaria a principal atividade do antigo seminário: a realização de cursos religiosos e de retiros. Daí a necessidade de reformar os quartos.
Os moradores do bairro Daltro Filho esperam que Mueller mude de opinião. Consideram uma boa iniciativa transformar o convento em hotel, visto que o município carece deste tipo de estabelecimento. “O pessoal já se hospeda aqui, poderiam aproveitar”, informa a aposentada Beatriz Kuhn, 66.
Justifica que sua ideia é manter a atividade do convento. Mesmo pensamento tem Lurdes Müller, 46. Para ela, é necessário oferecer mais conforto aos visitantes e, se for possível lucrar com um hotel.
Os turistas concordam. Carlos Conrad, 22, e Rochele Soares, 21, de Lajeado, esperam que o monastério seja transformado em hotel para aproveitarem por mais tempo o local – em vez de ficar por um fim de semana, como ocorre hoje.