A operação Família em Paz, desenvolvida pelo 40º Batalhão de Polícia Militar há duas semanas, capacita o atendimento às diferentes situações de violência doméstica. O projeto foi debatido nesta sexta-feira, em reunião entre representantes de órgãos jurídicos, assistenciais e militares da região.
Por meio da operação, quando uma mulher acionar a Brigada Militar (BM) por sofrer violência doméstica, um atendente será encaminhado ao local e enquanto isso, o batalhão pesquisará o histórico da vítima, repassando informações ao oficial a caminho.
A comandante do batalhão, major Nádia Rodrigues Silveira Gerhard ressalta que com isso será possível prender o agressor, sendo este um programa pioneiro no estado. “Antes fazíamos apenas uma registro do caso, pois não tínhamos ferramentas assim à disposição.”
O trabalho desenvolvido nos 11 municípios do batalhão resultou na prisão de um agressor, na quarta-feira, em Taquari. Nádia observa que uma mulher pediu socorro à BM e enquanto o atendente se dirigia ao local, foi levantado o histórico e constatado que a vítima possuía uma Medida Protetiva contra o agressor. “Ele foi preso em flagrante, pois não poderia estar lá. Esse tipo de informação não tínhamos antes.”
A major cita que uma em cada três crianças no Brasil, que assistem a brigas familiares, reproduzem a violência no futuro. “É um problema social. Devemos parar de pensar no lado teórico e agirmos.”
Durante a reunião, os participantes ressaltaram a importância de trabalhos preventivos, para educar mulheres e homens sobre o assunto. “Se houver uma harmonia entre os órgãos responsáveis será mais fácil atuarmos”, ressalta Nádia.
O promotor de Justiça, André Costa, responsável pela lei Maria da Penha no município, enfatiza que um tratamento qualificado à família das vítimas de violência é fundamental.
Costa observa que as mulheres optam pela Medida Cautelar, mas acabam se preocupando com questões financeiras, sentindo para do agressor, e desistem. O promotor ressalta que é necessário dar esclarecimentos às mulheres a respeito da legislação e suas consequências.
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A proposta da operação é preservar a ordem pública, criando uma política de atendimento às ocorrências envolvendo mulheres, vítimas de violência doméstica, concentrando forças para acabar com as agressões.
A major Nádia enfatiza que a violência contra mulheres não é mais uma questão privada, mas preocupação social, e nesse sentido, urge a construção e implantação de uma rede de atendimento às famílias.
Por meio de um programa de reuniões comunitárias, o batalhão estimulará que cada município faça o enfrentamento às diferentes situações de violência doméstica, estratégia fundamental no trabalho de fortalecimento das famílias vitimizadas.