A falta de chuva verificada há dez meses na região deixa a Defesa Civil Estadual em alerta. O coordenador regional, major Vinicius Renner Galvani orienta a comunidade a evitar o desperdício de água. Segundo ele, as secretarias do Meio Ambiente dos municípios podem fiscalizar e autuar os infratores baseadas no Código de Posturas municipal.
Renner salienta que as pessoas precisam parar de usar água potável para lavar carros e calçadas. Quem for flagrado em uso inadequado pode ser multado em mais de R$ 200. O Porto de Estrela registra 1,45 metro abaixo do normal e a barragem de Bom Retiro do Sul tem o menor nível desde 2011, com 1,32 metro a menos.
O coordenador da barragem, Adão Mauro Garcia informa que as comportas estão fechadas à espera de chuva e pede que as pessoas controlem o consumo. A situação se agravará caso não chova até o fim de semana. Das 36 cidades da região, Progresso é uma das que decretou situação de emergência no estado.
A Defesa Civil estadual solicita que a água seja usada só para o consumo humano, evitando lavar carros, pátios e fachadas de prédios, além da irrigação de gramados ou trocas de água de piscinas.
Estabelecimentos industriais, comerciais, agrícolas e residenciais deverão limitar o uso da água tratada ao mínimo indispensável para as atividades consideradas essenciais. As irregularidades receberão uma advertência por escrito no primeiro momento.
O gerente da Corsan, Carlos Roberto Machado de Quadros diz que a situação de abastecimento em Lajeado e Cruzeiro do Sul é delicada e que se não houver controle de consumo ou ocorrência de chuva nos próximos dias, poderá haver racionamento. A Corsan monitora o rio todos os dias.
A seca reduziu a pastagem em todo o estado. O Sindicato da Indústria Leiteira e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul estimam que o preço do litro do leite pode aumentar 10% nas prateleiras e 20% para o agricultor.
Postos param de lavar carros
Para amenizar o desperdício, postos de combustíveis pararam de lavar carros. A campanha começou na semana passada pelo Grupo Charrua. Conforme o gerente Evandro Eckert Cremer, na unidade da ERS-130, no Posto do Arco, 25 mil litros de água eram consumidos por dia na lavagem expressa de cem carros.
Em outra unidade do bairro Florestal, a mesma quantidade era usada por mês com o lava-jato. Com a paralisação temporária da lavagem nas duas unidades, pelo menos 625 mil litros de água serão racionados em um mês.
Evandro diz que o cliente perde o beneficio da lavagem, mas pede compreensão, visto que o grupo também deixa de lucrar. Todo o cliente que abastece no posto acima de R$ 50 ganha um vale-lavagem, ou então, paga R$ 10. Conforme Evandro, a máquina expressa gasta mais água que o lava-jato.
Observa que alguns clientes ainda criticam a iniciativa, mas acredita que em breve compreenderão a atitude.
Na tarde de ontem, o Posto Giovanella também parou de lavar carros. Conforme o gerente Marcos Rodrigues, antes o cliente abastecia no posto, pagava R$ 2 e ganhava uma lavagem.
Orientação antes de multar
A secretária do Meio Ambiente de Estrela, Ângela Schossler tem orientado os moradores para o uso adequado de água. Porém, pretende começar a fiscalização. Antes, se informará sobre como realizar o processo de multas.
Ela sugere que os legislativos de cada município criem normativas locais com restrições para o uso da água. Ângela alerta que o controle da sociedade deve ser feito sempre e não apenas na falta de chuva.
Pancadas de chuva na quarta-feira
Dados do Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates mostram que amanhã deverá chover. A previsão é de que uma frente fria avance pelo estado ao longo do dia e intensifique a nebulosidade. Aos poucos as condições ficam favoráveis para pancadas de chuva de forma generalizada, em especial no fim do dia. As temperaturas apresentam menor elevação.