Dinheiro público é usado para pagar açougue

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Dinheiro público é usado para pagar açougue

Os R$ 6,7 mil que deveriam ser usado na reforma do Legislativo foi usado para quitar uma dívida do vereador Everaldo Delazeri (PDT) com um açouge, de propriedade do irmão.

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Esta foi a constatação da promotora Karina Marioti, que denunciou Delazeri e o vereador Cláudio Roberto da Silva (PMDB) por improbidade administrativa. O servidor Sandro Almeida Barreto também foi incluído na ação.

Conforme a promotora, Barreto procurou uma metalúrgica na cidade sob pretexto de consertar o telhado, recuperar os mastros das bandeiras, duas claraboias e as hastes das janelas do Legislativo.

Barreto solicitou a antecipação da nota fiscal. Argumentou ao proprietário da metalúrgica que precisava fechar as contas do ano, mas prometeu chamá-lo para efetuar o serviço. A combinação teve a aprovação de Silva, presidente da Mesa Diretora na época.

Passados três meses, a metalúrgica não foi chamada para o trabalho. Ao procurar o Legislativo, o proprietário foi informado de que a nota já tinha sido paga a outra pessoa. O empresário procurou a promotora em março de 2011, que iniciou a investigação.

Inquérito instaurado

O inquérito civil foi instaurado em setembro de 2011. A promotora Karina confirmou o pagamento de R$ 6,7 mil sem a execução do serviço. Também constatou a falsificação da assinatura do proprietário.

Segundo a ação, o valor foi entregue a Delazeri e o dinheiro teria sido usado para pagar as contas pendentes em um açougue. O empreendimento é de propriedade do irmão do vereador.

No momento, os suspeitos aguardam a oficialização do processo. A juíza da 1ª Vara Cível, Mariana Costa Gama Nunes Oliveira analisa o documento. Caso condenados, Silva e Delazeri deverão ressarcir os danos – cerca de R$ 7 mil – e terão os direitos políticos suspensos por oito anos, de firmar contrato com os poderes públicos por até cinco anos. O total das multas está avaliado em R$ 56.719,76.

Contradições

À reportagem, Delazeri atribui a denúncia a uma armação política. Porém, a defesa contradiz o que foi declarado à promotora. Em depoimento, ele diz ter recebido o dinheiro de Barreto, em pagamento a uma dívida. O repasse ao açougue teria sido feito para trocar o cheque, devolvendo R$ 4,2 mil ao servidor.

Barreto confirmou a contratação do serviço e repasse do cheque ao vereador Delazeri, mas nega ser fruto de dívidas. Silva só se manifestará caso o processo seja instaurado. Mas, garante estar tranquilo. “Provarei minha inocência.” Todos aguardam pela notificação da juíza para efetuar defesa.

“Não há afastamento imediato”

O afastamento dos cargos políticos e públicos só ocorrerá caso a juíza aceite a denúncia e condene os suspeitos. “Não há o afastamento imediato”, esclarece a promotora Karina. Dentre os pedidos feitos à magistrada, estão a suspensão dos bens materiais, evitando a transferência do patrimônio em caso de multas.

Cita que depois de notificados, os suspeitos terão 15 dias para efetuar defesa preliminar. A juíza, a partir disso, decidirá sobre a sequência do processo.

Para o atual presidente do Legislativo, Eldo Edgar Orlandini (PMDB), o fato prejudica ainda mais a imagem da câmara. Preferiu não falar mais a respeito por desconhecer o teor da ação civil.

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