Quatro das 90 escolas estaduais da região aderiram à mobilização do Centro dos Professores do RS – Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers/Sindicato). Pelo menos 125 professores da região foram a Porto Alegre participar de uma vigília em frente ao Palácio do Piratini, ontem. Com a paralisação, cerca de 2,2 mil alunos ficaram sem aula no Vale.
Na Escola Irmã Branca, de Lajeado, 20 educadores se ausentaram, obrigando 280 alunos da educação básica (1º ao 5º ano) a voltarem para casa. No total, 20 turmas tiveram as aulas canceladas. Segundo a diretora Rosangela Mezacasa, 370 alunos seguiram com as atividades. “A paralisação foi uma decisão individual de alguns professores.”
A Escola Estadual Monsenhor Scalabrini, de Encantado, ofereceu aula para os alunos do pré e do primeiro ano – 48 do total de 978 estudantes. Faltaram dez professores. Os outros 15 trabalharam normalmente.
Em Taquari, dois colégios ficaram sem aula: Escola Estadual de 1º Grau Barão Ibicuí, com 779 alunos, 55 professores e 15 funcionários e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Ana Job, com 279 estudantes, 25 professores e nove funcionários.
O Cpers reivindica o piso salarial aprovado pelo Congresso Nacional. A presidente do núcleo regional, Luzia Hermann diz que ontem completou 500 dias que o governo estadual descumpre a lei. O sindicato saiu da região às 7h e ofereceu transporte gratuito aos participantes.
A coordenadora regional de Educação, Marisa Bastos informa que os profissionais que faltaram à aula terão de justificar a ausência e indicar um dia para recuperar a aula, seja durante os sábados pela manhã seja no fim do ano letivo.
Justiça rompe acordo
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) aceitou, ontem à tarde, o recurso do Cpers que contesta a homologação do acordo realizado entre o Ministério Público (MP) e o governo estadual para o pagamento do piso salarial do magistério.
No fim de abril, o MP firmou um acordo provisório com o estado que obriga o pagamento imediato da parcela completiva aos professores que recebem menos que o valor do piso nacional – R$ 1.451.
O sindicato discordou do ajuste e entrou com um recurso no Tribunal de Justiça para anulá-lo. O Cpers alega que os funcionários do magistério e os professores com níveis e pagamentos superiores ao piso foram prejudicados.
O pedido foi aceito pelo juiz José Antônio Coitinho, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre. Conforme Luzia Hermann, as manifestações do sindicato seguem até que o estado pague o piso. Esse processo permanece na Justiça.