Estruturas precárias expõem motoristas ao risco

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Estruturas precárias expõem motoristas ao risco

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Dois anos após flagrar infrações de trânsito e falta de ação pública para resolver problemas em pontes da região, a reportagem volta aos locais e encontra a maioria em estado pior. Dos três casos apresentados em 2010, só o da Ponte de Ferro, que liga Lajeado e Arroio do Meio foi solucionado.

Novo levantamento mostra pelo menos quatro pontos em estado crítico. Um deles em Sampaio, na divisa entre Santa Clara do Sul e Mato Leitão. A ponte sobre o arroio local tem rachaduras nos pilares de apoio.

pA precariedade da estrutura foi constatada no fim de 2011 pela administração municipal de Mato Leitão, que limitou a passagem a veículos com menos de dez toneladas.

A medida reduziu o tráfego de veículos pesados durante o dia, mas de acordo com moradores, caminhões carregados com lenha, leite e ração, que chegam a pesar até 30 toneladas, desrespeitam a sinalização e fazem a travessia de madrugada. A comunidade teme que a estrutura desabe.

A ponte, construída no início do século passado e reformada em 1985, teve a parte superior, que era de madeira, substituída por concreto. “Os pilares não foram reformados e estão desmanchando. Algo precisa ser feito antes que ocorra uma tragédia”, afirma o morador Roni Wickert.

A situação é semelhante na ponte de ferro, no centro de Forquetinha. Madeiras soltas e buracos atrapalham a travessia, permitida para veículos com até 20 toneladas, e põem a vida dos motoristas em risco.

A estrutura foi construída de forma emergencial pelo Exército em 2001. Na época, havia uma ponte de concreto no local, que foi destruída por uma enchente. A medida, que era para ser temporária, perdurou e não há projeto de uma nova estrutura de concreto.

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Executivo divergem sobre a responsabilidade. O secretário da Administração, Paulo Ströeher ressalta que foi solicitada ao Daer a construção de uma ponte de concreto no local há alguns meses, no entanto não houve resposta.

Situação se agrava em Forquetinha

Em 2010: A reportagem flagrou vários caminhões passando na ponte sobre o Arroio Forquetinha, em Vila Storck, com peso superior ao limite de 20 toneladas.

Maio de 2012: Há rachaduras na estrutura e motoristas continuam ignorando o limite de peso. As placas colocadas nas duas margens do arroio foram destruídas pela enxurrada de 2011 e não foram recolocadas.

Moradores comentam que a passagem de caminhões reduziu após a conclusão do asfalto que liga o município a Lajeado, pelo bairro Conventos. No entanto, como é proibido o tráfego de bitrens no trajeto pavimentado, muitos continuam cruzando a ponte de Vila Storck.

Municípios encontram solução na Ponte de Ferro

Em 2010: Caminhões, micro-ônibus e retroescavadeiras foram flagrados utilizando a Ponte de Ferro, divisa de Lajeado com Arroio do Meio, sendo que o limite de peso é de cinco toneladas.

Maio de 2012: Após um caminhão quebrar tábuas da estrutura, em fevereiro de 2011, a ponte foi reformada, sendo que nas extremidades foram instalados limitadores de altura, feitos com barras de ferro, impossibilitando a passagem de veículos acima do peso permitido. As duas administrações municipais dividiram as despesas das reformas, contabilizando R$ 30 mil.

Agora, só automóveis com até 2,6 metros de largura e 2,8 metros de altura podem transitar, pesando no máximo 3,5 toneladas. Com a medida será possível preservar o patrimônio que faz parte da história dos municípios.

Inércia causa interdição em Estrela

Em 2010: Técnicos e moradores solicitavam urgência do poder público para interditar e restaurar a ponte localizada sobre o Arroio Boa Vista, no bairro Boa União. Assim como em Forquetinha, Executivo e Daer se eximiam da responsabilidade.

Na época, o departamento trocou as madeiras podres e ajustou a parte superior da ponte. A obra foi criticada pela comunidade, que exigia a recuperação total da estrutura.

Maio de 2012: Após intervenção do Ministério Público (MP), que considerou a ponte em estado precário, o local foi interditado. Município e departamento seguem a discussão sobre quem é o responsável pela manutenção da estrutura. Contrariados com a interdiçãomanifestantes atearam fogo em parte da estrutura.

O promotor Daniel Cozze Bruno ressalta que nesta semana será marcada uma audiência entre município e Daer para definir quais medidas serão tomadas.

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