O depósito irregular de lixo em área pública resultou em processo contra a administração municipal. Na tarde dessa quinta-feira, o Grupo de Patrulhamento Ambiental (GPA) da Brigada Militar (BM) fiscalizou o local. O secretário de Desenvolvimento Urbano (SMDU), Nardi da Silva foi chamado e autuado pela irregularidade.
Conforme o comandante do grupo, soldado Dari Scherer, a ocorrência será encaminhada ao Ministério Público (MP). A administração municipal responderá por crime contra o ambiente. O responsável pode ser condenado à prisão, com pena que varia de um até seis meses de prisão, além de multa de até R$ 10 milhões.
O lixão ilegal fica na rua Arnaldo Diel, em área conhecida como “buraco dos cachorros”, distante cerca de 300 metros do Rio Taquari e ao lado de uma área de recuperação ambiental. No local havia 14 sofás, seis pneus, colchões e mais de 40 latas de tinta e solventes.
Scherer diz que as latas são tóxicas e representam risco à água e ao solo. O comandante ressalta que em outros anos a fiscalização da BM havia notificado outros gestores do município. Depois disso, a área foi limpa e o depósito de lixo extinto. “Fizemos vistoria em fevereiro e estava tudo correto.”
Conforme Silva, equipes de limpeza urbana recolhiam os entulhos nas ruas e levavam para o terreno. Afirma que o estoque no local era temporário e que servidores faziam a triagem do lixo para depois encaminhá-lo a lugares adequados.
A SMDU comunica que os materiais foram retirados do terreno. Os sofás, pneus e colchões foram enviados para um depósito no antigo prédio da Ambev. As latas de tinta recolhidas vão para um aterro especial e os metais serão reciclados na Unidade de Tratamento de Lixo (UTL).
Executivo quer aumentar fiscalização
Enquanto o secretário da SMDU se defende e afirma que os moradores cobram a retirada dos entulhos, a secretária de Meio Ambiente e Saneamento Básico Ângela Schossler critica a decisão do colega.
Para ela é um absurdo depositar os materiais naquele local. De acordo com a secretária, há uma lei municipal que regra o depósito de entulhos nas ruas. Ângela diz que os moradores devem chamar um tele-entulho. O descumprimento ocasiona em notificação e multa.
Silva pede colaboração da comunidade. “Não temos lugar adequado, a Secretaria de Meio Ambiente não tem como dar um destino correto. O que eu faço? Vou ficar com a bomba na mão?”
Para Ângela, é necessário contratar mais fiscais para coibir a ação de moradores que colocam os entulhos na rua. Na segunda-feira, Silva presta depoimento na sede do GPA.