Falta de área emperra construção de escola

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Falta de área emperra construção de escola

Administração munici­pal e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia estão com dificuldades para encontrar uma área para construir um câmpus na cidade. Desde o anúncio do governo federal, há oito meses, 17 terrenos foram analisados, mas nenhum se adapta às exigências do Ministério da Educação (MEC).

Para a construção é necessário que o local tenha 4 hectares e uma topografia adequada (terreno pla­no). Precisa ser próximo do centro do município e com infraestrutu­ra pronta, como asfalto, transpor­te, luz e água encanada.

cConforme o professor Luís Afon­so Tavares Alves da Fonseca, que será o diretor-geral do campus de Lajeado, os técnicos reduzi­ram parte das exigências para se adaptar à falta de áreas na cida­de, mesmo assim há dificuldades.

Segundo o instituto, o pro­blema é inédito e não há um segundo plano. O MEC definirá o que será feito caso não se en­contre uma área.

O secretário de Indústria e Co­mércio, Carlos Alberto Martini e a representante da Secretaria de Educação, Rose Heemann, rela­tam que várias famílias foram procuradas para vender suas áre­as, mas há resistências. As que se prontificaram à venda querem um valor alto pelo imóvel.

Uma das áreas, analisada duas vezes pelos técnicos, é municipal e se localiza nos fundos do Jardim Botânico, no bairro Moinhos d’ Água. Conforme o professor Afon­so, o terreno está bem situado, mas há um desnível que geraria custos altos em aterro.

O secretário Martini afirma que o problema será soluciona­do. “Queremos que Lajeado seja sede e estamos nos esforçando para que isso ocorra.” Ele diz que há duas áreas, uma parti­cular e outra do município, que serão oferecidas de novo. Ele avalia que em uma delas é pos­sível construir o prédio e diz que o governo federal terá que fazer investimentos adicionais.

O instituto também tem inte­resse que a escola seja construída em Lajeado, visto que é a maior cidade da região e porque a famí­lia do professor Afonso se mudou para a cidade.

Interessados em vender suas áreas, com as especificações exi­gidas, podem procurar o secretá­rio para negociar. Contudo, ele esclarece que o município não tem orçamento para pagar valo­res altos pelo hectare.

A presidente Dilma Rousseff anunciou a construção do institu­to em Lajeado no dia 16 de agosto de 2011. O governo entra com os valores para a construção e o mu­nicípio sede com a área. A escola de Lajeado custará R$ 12 milhões e terá 1,2 mil vagas.

Depois de definido o local, come­ça o processo licitatório em que técnicos do instituto adaptam um projeto existente em outro câm­pus para a realidade local e em­presas orçam os valores da obra. Isso leva em média três meses. Após, se iniciam as obras. A previ­são de término é de dois anos.

Durante esse processo, depen­dendo do curso que for escolhido, o instituto poderá alugar salas de prédios públicos ou da Univates para começar as aulas.

Primeira audiência pública

Em um primeiro momento, o ins­tituto oferecerá três cursos técnicos. Eles serão escolhidos pela comuni­dade em três audiências públicas. A primeira ocorre no fim deste mês. A data está indefinida.

A pesquisa realizada nas escolas será apresentada pela pró-reitoria de ensino. Depois, empresários e co­munidade poderão falar sobre suas demandas. O professor Afonso ex­plica que haverá limites em relação aos cursos, devendo ter projeções de pelo menos 15 anos.

Ele cita o exemplo de um curso solicitado pela comunidade em outro campus. Por voto popular, se construiu laboratórios e se investiu um valor alto para implantar o cur­so de refrigeração. Hoje, depois de pronto, o instituto enfrenta dificul­dades para encontrar professores capacitados na área e alunos inte­ressados em cursar. “Os professores são contratados e o investimento é alto dos laboratórios, temos que ter uma estabilidade neles.”

A Comissão de Educação do Con­selho de Desenvolvimento do Vale do Taquari era a responsável pelo processo e realizou uma pesquisa com os empresários. Ela definiu três cursos que supririam suas deman­das: mecânica, vestuário e produ­ção moveleira.

Neste mesmo encontro, a comu­nidade também escolhe como será o processo de ensino do instituto. Há duas opções: o subsequente (apenas ensino técnico e superior) ou inte­grado (ensino técnico + ensino téc­nico e superior).

Se o primeiro for escolhido, os 60 professores a serem contratados se­rão capacitados para este fim. No caso do segundo, é preciso contratar pelo menos 20 com lições gerais, como educação física, artes, mate­mática e português.

Insituto aplicará pesquisa

Na quarta-feira, 481 es­tudantes de 8ª série das 17 escolas municipais de Laje­ado escolherão quais cur­sos técnicos preferem ter. Há 130 opções, divididas em oito eixos.

O estudante não precisa se identificar, apenas infor­mar sua idade, sexo e nível de ensino. Ele responderá a duas questões: se tem inte­resse em estudar no Institu­to Federal Rio-grandense e quais os três cursos que mais lhe interessam.

Esta mesma pesquisa será respondida por empresários e outros setores da cidade. Conforme o professor do instituto, será ouvido o maior número de pessoas possíveis da comunidade.

A pesquisa é aplicada apenas em Lajeado pelo fato da cidade ser a prefe­rida pelo instituto a sediar a escola e ter a maioria de alunos. Ela servirá como base para avaliação nas audiências públicas.

O instituto quer saber o que a comunidade e os alunos pretendem estudar e não ficar restrita a visão dos empresários. Conforme Rose, hoje poucos alunos da cidade frequentam os cursos de qualificação oferecidos, mesmo que sejam gratuitos.

Estrutura

– Cursos técnicos gratuitos;

– Oferecerá três cursos numa primeira etapa;

– Poderá ter Ensino Médio e Graduação;

– Para ingressar é preciso passar por um processo seletivo, seme­lhante a um vestibular;

– Investimento de R$ 12 mi­lhões;

– 1,2 mil vagas.

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