Justiça negocia desapropriações da BR-386

Notícia

Justiça negocia desapropriações da BR-386

A Justiça Federal e o De­partamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se reúnem com os proprietários de terras próximas da BR-386 ama­nhã. Os juízes explicam aos mo­radores como ocorrerão as desa­propriações, que permitindo a duplicação da rodovia no trecho entre Tabaí e Estrela.

dO encontro ocorre às 14h, no auditório do prédio 3 da Univa­tes, e a coordenação é do juiz fe­deral Hermes Siedler, do Centro Judiciário de Solução de Confli­tos e Cidadania (Cejuscon).

Conforme a analista judiciá­ria Daniela Schumacher, o Dnit apresenta as propostas para desapropriar as áreas que serão usadas para a construção de rótulas e de ruas para o acesso aos municípios. Ao todo, 47 pro­cessos de desapropriação foram encaminhados pela superinten­dência do departamento.

As decisões serão tomadas nos dias 29, 30 e 31 deste mês, quando ocorrem as audiências de conciliação específicas com cada proprietário de terra. Ela reconhece que alguns podem di­ficultar as negociações, mas res­salta que a maioria deve assinar a desapropriação.

Moradores ansiosos

Grande parte dos processos ocorre em Fazenda Vilanova, onde é construído um viaduto próximo da prefeitura e das ruas marginais. Pelo menos duas rótulas serão construí­das no trecho que compreen­de o município. Os moradores aguardam a reunião.

O agricultor aposentado Ola­vo Eidelwein, 74, é um dos que foram procurados pelo Dnit. O órgão federal pediu uma área de quatro metros de largura por 70 metros de extensão. Ele desconhece qual será a propos­ta. “Não fiz nenhuma avaliação de quanto vale este terreno que eles querem.”

Eidelwein acrescenta que esta será a primeira audiência pú­blica que participa. Ele adianta que não dificultará as negocia­ções com o Dnit, por considerar a obra necessária para o desen­volvimento da região.

Outros moradores reclamam que não foram convidados para a reunião. “Eles nos ligaram na sex­ta-feira, informando que um ofi­cial de Justiça traria a notificação, mas até agora nada”, diz a dona de casa Silvana Lampert, 31.

Para ela, o Dnit precisa apre­sentar garantias quanto ao pagamento da área que será usada. Informa que um vizinho teve parte do terreno desapro­priado pelo Dnit, mas ainda não recebeu os valores prometidos.

Conta que a casa em que mora está próximo do limite com a BR-386 e acredita que a estrutura pode ser danificada, caso o Dnit faça mais alarga­mentos da rodovia.

Realocação indígena

A duplicação será tema de ou­tra reunião durante a semana. O Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) convo­cou a comissão pró-duplicação e líderes regionais para discutir o remanejo da tribo caingangue, que mora entre Bom Retiro do Sul e Estrela.

O encontro ocorre na quinta-feira, a partir das 14h, na sala 500 do prédio 9 da Univates. Segundo a secretária-executiva do Codevat, Cíntia Agostini, a entidade deve montar estratégias para pressio­nar a realocação dos indígenas e pleitear o início das obras no tre­cho de nove quilômetros ainda in­tocados pelo consórcio construtor.

Mais duplicação

Antes do encontro do Code­vat, uma comitiva com 20 pes­soas se reúne com o secretário estadual de Infraestrutura e Lo­gística, Beto Albuquerque, na quinta-feira, em Porto Alegre. A audiência cobra agilidade do governo estadual em outra duplicação: a das rodovias es­taduais 453, 130 e 129, entre Venâncio Aires e Muçum.

De acordo com o presiden­te da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Oreno Ardêmio Hei­neck, a comitiva solicita um projeto do governo estadual para essa obra. “Queremos que ela seja incluída nas ne­gociações com as concessio­nárias de pedágio.”

Para Heineck, essa seria uma maneira de garantir que a du­plicação seja feita sem que os investimentos saiam dos cofres estaduais. O trecho entre os dois municípios, ligando os va­les do Taquari e do Rio Pardo, estão fora do plano de obras do governo Tarso Genro.

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