O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, se comprometeu a intermediar as negociações com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e liberar cerca de oito quilômetros dos nove interrompidos para a duplicação da BR-386. A promessa foi feita ontem, após receber uma carta da Câmara de Indústria e Comércio (CIC-VT).
O documento foi entregue pelo presidente da entidade, Oreno Ardêmio Heineck, durante uma reunião empresarial realizada na FestLeite, em Anta Gorda. Para ele, agora é o momento de pressionar a Funai para que a obra comece entre Bom Retiro do Sul e Estrela – onde moram cerca de 200 índios caingangues.
Heineck afirma que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) cumpriu a promessa de elaborar um projeto para a nova aldeia e a compra de um novo terreno de 33 hectares. “É inadmissível a atitude da Funai, se até os índios já se manifestaram a favor da liberação de um trecho.”
Para atender o pleito da comunidade, Mendes Ribeiro usará a força do cargo de ministro e a proximidade com a Funai para tentar a liberação de parte do trecho. Uma reunião com a entidade indígena e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) deve ocorrer na próxima semana.
O ministro conhece a preocupação das entidades quanto à continuidade da obra. Em dezembro, durante uma visita ao Vale, Mendes Ribeiro providenciou uma reunião com o Ministério dos Transportes.
As dificuldades
Confira as considerações entregues ao ministro Mendes Ribeiro Filho sobre a duplicação da BR-386, entre Estrela e Tabaí:
– Poucos índios caingangues, que moram próximo do acesso a Bom Retiro do Sul, ocupam menos de 500 metros;
– Dezessete famílias de baixa renda pendentes – há anos – de realocação, próximo de Estrela, que também ocupam cerca de700 metros.
– Grande parte da aldeia já foi localizada, há anos, logo atrás da faixa de domínio, em casas novas de madeira. Remanesceram dez integrantes desta aldeia na faixa de domínio;
– Ações do Dnit: desafetou e tornou de utilidade pública área para localização de toda a aldeia, próximo do local onde estão hoje. Desapropriou amigavelmente a área e pagou ao proprietário.