O advogado da Cooperativa Gaúcha de Agricultura Familiar (Coopergaúcha), Gustavo Heinen afirma que entidade é regularizada. Em entrevista ao jornal A Hora, ele contestou a matéria publicada essa terça-feira, sobre as suspeitas de irregularidade levantadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e pelo Ministério Público de Teutônia.
Conforme Heinen, a diretoria da Coopergaúcha admite uma falha no repasse de informações à Emater/Ascar, que incluiu o nome de 1.374 produtores rurais como cooperativados. Afirma que estas pessoas eram fornecedoras do frigorífico mantido há 20 anos pelo presidente da associação. “Não foi por dolo ou por má-fé.”
Heinen informa que a cooperativa tem cerca de 35 produtores associados. Também contesta a informação do promotor Jair Franz, de que os endereços fornecidos aos municípios não conferem. Segundo o advogado, a cooperativa funciona em Fazenda Vilanova, onde tem uma sala om computador e telefone fixo.
Ele alega que o novo endereço está atualizado no cadastro da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), mas desconhece se houve a correção no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Heinen desmente a suposta fraude de R$ 9 milhões, acrescentando que em dois anos os lucros foram inferiores a R$ 1 milhão.
Ele informa que o presidente da entidade está abalado e pensa em fechar a cooperativa. Diz que a ordem da diretoria é cumprir os contratos firmados com os municípios para o fornecimento de merenda escolar.
Promotor confirma irregularidade
O promotor Jair Franz reafirma que a Coopergaúcha é irregular. Por meio de nota, informa que o presidente criou a cooperativa “exclusivamente para entrar nesse mercado rentável de fornecimento de merenda escolar”.
Para o promotor, essa foi a maneira encontrada para receber dinheiro do governo federal, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), escapando de licitações.
Franz acrescenta que, após ouvir os envolvidos e analisar as documentações encaminhadas, se comprovou a inclusão de 1.374 produtores gaúchos de maneira indevida. Acrescenta que a Coopergaúcha não tem sede, patrimônio e cooperativados.
Conforme a investigação, a entidade fornece alimentos para Fazenda Vilanova, Paverama, Pântano Grande, Triunfo, Encantado, Roca Sales, São Leopoldo, Esteio e Lajeado.
A denúncia será encaminhada ao Fórum de Teutônia para apurar as responsabilidades civil e criminal dos envolvidos.
Entenda o caso
– O MP de Teutônia investiga a Cooperativa Gaúcha de Agricultura Familiar desde o início da semana, após receber denúncias das irregularidades;
– O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Teutônia informa que mais de mil produtores foram incluídos como associados sem a autorização. Produtores confirmam a irregularidade;
– O promotor afirma que a cooperativa fornece alimentos de indústrias para a merenda escolar, quando a legislação obriga que pelo menos 30% seja proveniente da agricultura familiar;