Professores criticam cobranças do estado

Notícia

Professores criticam cobranças do estado

A participação dos pro­fessores nos encontros do Centro dos Profes­sores do Rio Grande do Sul (Cpers) é baixa. A cada reunião são menos de 25 pesso­as que discutem e decidem ações para melhorias na categoria. Isto preocupa o sindicato.

Os professores e equipe diretiva justificam que falta tempo para se envolverem em mobilizações e reclamam que neste ano as exi­gências e cobranças nos horários aumentaram. A presidente Luzia Hermann diz que cada escola es­tadual deve eleger um represen­tante para participar e repassar as informações. O núcleo regional do Cpers quer auxiliar com custos de transportes para incentivar a participação nos encontros.

Na tarde de ontem, na Escola Es­tadual Castelo Branco, de Lajeado, ocorreu a Assembleia Regional. Vinte e três professores participa­ram, representando as escolas de Imigrante, Muçum, Estrela, Laje­ado, Travesseiro, Cruzeiro do Sul, Canudos do Vale, Marques de Sou­za, Arroio do Meio e Teutônia.

Na semana passada, em ou­tro encontro em que o sindicato trouxe um assessor jurídico para esclarecer duvidas, apenas 18 pes­soas participaram.

A vice-diretora do Castelo Bran­co, Lídia Sphor Meier conta que neste ano o estado atribuiu mais tarefas para a escola, “as exigên­cias aumentaram, tudo é para ontem.” Segundo ela, a cada se­mana são solicitados documen­tos e informações, dificultando, muitas vezes, a participação dos professores e diretores nos proje­tos paralelos.

Lídia sugere que o Cpers escute as equipes diretivas das escolas para tentar auxilia-los. A presiden­te do sindicato respondeu que um encontro será marcado depois da assembleia geral, mas afirma que essa reunião não terá o intuito de mobilização e sim de conversa.

A maior preocupação é com o dia 4 de maio, quando ocorre a assem­bleia geral em Porto Alegre. O sin­dicato quer atrair o maior público da história para uma caminhada de protesto do Gigantinho até a praça. Se pensa, inclusive, em um impeachment do governador, mas para isso a categoria teria que reu­nir mais de 50 mil pessoas.

A presidente Luzia apela para a ajuda da comunidade escolar, “deixe seu filho em casa na sexta-feira dia 4. Ajude o professor do seu filho a buscar melhores condi­ções para ensiná-lo.”

Nos próximos dias, todas as es­colas estaduais da região recebe­rão uma faixa e um cartaz com a contagem progressiva de quantos dias o governo do estado está sem pagar o piso nacional.

Conforme Luzia, algumas es­colas ficam receosas em exibir as faixas, visto que há retaliação do governo. Ela diz que o atraso nos pagamentos é de 481 dias (na quarta-feira).

Parada para aprender sobre a reforma

Um dia antes da mobilização, no dia 3, a 3ª Coordenadoria Re­gional de Educação (CRE) de Es­trela organiza a segunda etapa do seminário sobre a Reforma do Ensino Médio. Será na Escola Nicolau Mussnich, a partir das 13h30min, para professores que trabalham com pesquisa. Os 160 educadores previstos no encontro terão oficinas volta­das à área.

A coordenadora Maria Bas­tos afirma que todos os alunos terão aula normal e que os pro­fessores em capacitação serão substituídos por outros naque­les horários.

CPERS rejeita mudança de índice salarial

A representante da Confede­ração Nacional dos Trabalha­dores em Educação (CNTE), Denise Goulart esteve no en­contro na tarde de ontem e solicitou apoio dos professores na rejeição do projeto de lei que muda o índice salarial dos professores. Segundo Denise, os professores devem pedir apoio dos deputados para vo­tarem contra o projeto.

O projeto propõe alterar o critério de reajuste do piso nacional do magistério. Hoje, a legislação determina que o piso dos professores deve ser corrigido de acordo com o percentual de crescimento do valor mínimo anual por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Entre 2011 e 2012, esse au­mento foi 22%, assim o piso também foi corrigido pelo mesmo patamar, passando de R$ 1.187 para R$ 1.451. Com a alteração o piso será corrigido pelo Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação, em torno de 6%.

A previsão para 2013 é que o crescimento do valor por alu­no do Fundeb fique entre 18% e 23%, o que significaria um au­mento semelhante para o piso, caso seja mantido o atual pa­râmetro de reajuste. Uma nova esperança para a categoria.

Acompanhe
nossas
redes sociais