Obra é finalizada sem licitação completa

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Obra é finalizada sem licitação completa

O Executivo poderá res­ponder por improbida­de administrativa em função de uma obra de asfaltamento próxima do novo viaduto da ERS-130, orçada em R$ 221 mil de recursos municipais. Ela foi finalizada sem empenho do valor e assinatura de contra­to. O procurador jurídico da ad­ministração municipal, Marcelo Caumo confirma que o início da obra não estava autorizado.

vA vencedora da licitação, re­alizada no dia 11 de abril, foi a empresa JLV Construtora Ltda., com sede em Montenegro. Parti­ciparam também a Conpasul e a Construtora Giovanella. Todas com firmas reconhecidas den­tro do processo. A ata referente ao edital tem a mesma data da abertura dos envelopes, no en­tanto, conforme Caumo, ainda não foi homologada pela prefeita municipal. “O processo não foi fi­nalizado, e o valor não foi empe­nhado. Não autorizamos o inícioda obra, e a empresa fez por sua conta e risco.”

Todo asfaltamento está fina­lizado. Questionado sobre o pa­gamento dos serviços, Caumo é cauteloso. “Não sei responder se a obra será paga. Em tese, a empresa deve receber, mas o pro­cedimento formal foi desrespei­tado.” Os diretores da empresa vencedora não foram encontra­dos até o fechamento da edição. Informações extraoficiais garan­tem que a obra foi realizada por outra empresa.

A reportagem tentou contato com os diretores das empresas que perderam a licitação. Apenas Nilson Giovanella falou de forma sucinta. “Estamos em reunião para averiguar a situação. Par­te daquela via estava dentro do projeto do viaduto.”

Na tarde de quinta-feira, os vereadores Sérgio Kniphoff (PT), Antônio Scheffer (PTB) e Rui Heinke (PSDB) foram até o setor de compras e licitação da prefei­tura para analisar o processo. No entanto, não tiveram acesso ao edital e à ata de divulgação do resultado. Um Mandado de Segurança foi encaminhado na manhã de sexta-feira junto ao Fórum, solicitando a apresenta­ção dos documentos.

Conforme o assessor jurídico do Legislativo, Eduardo Führ, se for comprovada as irregularidades no processo, todos os envolvidos devem sofrer punições por impro­bidade administrativa. “Os en­volvidos não poderão concorrer a cargos públicos, caso seja compro­vada suas culpas no processo.”

Ele diz que, qualquer gasto alusivo ao processo por parte da administração municipal terá de ser devolvido e teme que o pro­cesso possa ser refeito de forma retroativa. “Estamos agilizando para que não sejam mascarados os documentos.” Lembra também que não há placa indicando os de­talhes da obra no local, conforme determina a lei municipal.

Segundo Führ, o Legislativo poderá abrir processo por crime de irresponsabilidade do prefeito com pena possível pena de cassa­ção de mandato. Marcelo Caumo demonstra tranquilidade. Confor­me o procurador, a falha foi da empresa responsável pela obra.

Detalhes da obra

O edital de convocação foi publicado no dia 27 de março. A abertura dos envelopes ocor­reu na quarta-feira da semana passada, dia 11 de abril. Uma semana depois a obra estava finalizada, mesmo sem autori­zação e assinatura de contra­to por parte da administração municipal. O projeto de pavi­mentação asfáltica da rua Epi­tácio Pessoa, no trecho entre a Av. Amazonas e a rua Fábio Brito de Azambuja está orçado em R$ 221 mil e contempla 459,5 metros de comprimento por 10 metros de largura. São 4,5 mil metros quadrados de pavimentação.

Passagem sobre o viaduto é liberada

A pista sobre o viaduto da ERS-130 foi liberada às 15h12min de quinta-feira, após um ano e quatro dias de obras. Na parte inferior faltam a pintura, acosta­mento e calçada. A obra custará R$ 2,6 milhões, sendo 76,9% cus­teado pelo estado.

O viaduto liga a rua Paulo Emílio Thiesen, a ERS-130, a Av. Amazonas e a rua Fábio Brito de Azambuja, criando um anel viá­rio pavimentado até a Av. Sena­dor Alberto Pasqualini.

Agora as ruas paralelas Juscelino Kubitschek, no bairro Campestre, e Epitácio Pessoa, no Universitário, que antes serviam como desfio do trânsito serão interrompidas para o seguimento das obras.

O trecho da rua Fábio Brito de Azambuja até a Av. Amazonas foi asfaltado no início do mês. Em maio, outras três vias serão pavi­mentadas: uma sem nome, que costeia a ERS-130 e passa em frente ao depósito da Associação Rural de Lajeado (Arla) e da Toyota; outra que será criada ao lado do mato do Daer, no sentido Arroio do Meio/capital, dando acesso da rodovia à rótula; e a terceira será a rua Epi­táfio Pessoa, de estrada de chão, orçada em R$ 400 mil. Este valor seria pago pelo governo federal, mas problemas burocráticos im­pediram o repasse e o município custeará a obra.

O motorista de Encantado, Evan­dro Eckardt reclamou da demora na execução da obra que considera importante. Segundo ele, que estu­da à noite na Univates, o novo tra­jeto será essencial para os alunos que vêm de outra região. “Acredito que diminuirão os problemas nas horas de pico, porque teremos mais opções de desvio.”

A motociclista Emanuele Cardo­so, de Lajeado, passa todos os dias pelo local. Ela conta que à noite temia passar pelas ruas laterais devido à pouca iluminação e co­memora o resultado.

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