Empresário aponta irregularidades em edital

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Empresário aponta irregularidades em edital

O empresário Gilberto Go­mes de Vargas acusa o município de direcionar licitação para contratar empresa de coleta de lixo. O Execu­tivo nega os apontamentos, que serão levados ao Ministério Públi­co (MP). As propostas serão abertas amanhã, às 9h.

gVargas diz que há superfatura­mento em vários itens do edital. Cita como exemplo a tarifa dos encargos sociais, estabelecidas em R$ 13.760,99. O mesmo custo faz parte dos valores fixo e vari­ável, que apresentam o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do desconto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – com custo de R$ 61.329,93. “Es­sas cobranças integram os tribu­tos dos encargos sociais dos fun­cionários. Cobram duas vezes o mesmo item”, diz Vargas.

De acordo com o empresário, outro aspecto questionável é o pró-labore. “Isso é destinado ao pagamento do salário dos só­cios-administradores, o qual não cabe na planilha de custos.”

Alega que o serviço de coleta automatizada com contêiner me­tálico está superfaturado. Pelo edital, o pagamento do aluguel e recolhimento do depósito chega a até R$ 10,2 mil por mês.

Neste caso, no primeiro ano, o município pagaria R$ 122 mil. Conforme a empresa importadora dos contêineres, o custo de cada um gira em torno dos R$ 4 mil. Com o preço pago pelo aluguel, 27 poderiam ser comprados no perío­do. “Apenas uma empresa no Vale dispõe desse serviço.”

De acordo com o empresário, a planilha de custos deve conter o preço unitário dos valores e quantitativos contratados. Como exemplos cita a quilometragem percorrida, quantidade de funcio­nários e de horas trabalhadas. “É necessário que isso esteja na pla­nilha orçamentária.”

Para o Ministério Público de Contas, qualquer juízo sobre o as­sunto depende da análise do edi­tal. O chefe de gabinete do órgão, Roberto Ponsi relata que a elabo­ração das planilhas de custos não segue modelo definido.

Executivo considera acusações inoportunas

O secretário municipal de Administração, Volmir Dullius discorda dos apontamentos do empresário. Segundo ele, todas as empresas participantes po­dem recorrer da decisão durante o pleito. “Essa é uma forma de desestabilizar o processo.”

Para ele, o documento é legal e segue especificações da lei nacio­nal de licitações. Afirma que o edi­tal prevê adequação às empresas que não dispõem do serviço de co­leta por contêineres. “São 90 dias após assinatura do contrato para regularização da coleta.”

Dullius atesta que o modelo da planilha de custos é adotado desde 2006, sem qualquer apontamento de irregularidade do Tribunal de Contas do Estado. O secretário critica a postura do empresário. Segundo ele, toda empresa pode recorrer da decisão.

Pelo edital, a estimativa de co­leta é de 112 toneladas de lixo por mês. O valor total da licitação al­cança R$ 259.228,46 por ano.

Itens questionados pelo empresário

Pró-labore mais encargos sociais

R$ 13.760,99 (por ano)

Licenciamento ambiental

R$ 1.950 (por ano)

Outros

R$ 1.300 (por ano)

INSS, FGTS e outros

R$ 61.329,93 (por ano)

Instalação de 20 contêineres

R$ 10.200 (por mês)

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