Importar produtos via internet exige cuidado

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Importar produtos via internet exige cuidado

Consumidores optam por importar devido ao preço. Os produtos no Brasil custam 60% mais que os da China. Especia­listas alertam para os cuidados e mostram a forma correta de calcular os tributos sobre a mercadoria.

Comprar do exterior pela in­ternet é fácil. Mas nem sempre isso representa segurança. Para importar é preciso pagar impos­tos para a Receita Federal sobre a mercadoria e sobre o frete.

cA analista de importação e exportação, Sheila Denise Stras­sburger Salton diz que é fun­damental o consumidor se in­formar sobre taxas e alíquotas. Quase todo produto importado pela internet, exceto poucos que têm isenção do estado, sofre uma taxação de 60% sobre seu valor, mais 17% de ICMS. O consumi­dor terá que pagar ainda taxas de transporte e de seguro.

Vendas abaixo de US$ 50 não são taxadas. De acordo com a le­gislação, o brasileiro, como pes­soa física, pode importar produ­tos no valor de até US$ 3 mil. No caso dos taxados, o comprador recebe em casa uma notificação, com a informação de como e onde retirar o produto.

O Serviço ao Consumidor alerta o comprador que esse tipo de transação não é coberto pelo Código de Defesa do Consu­midor brasileiro. Qualquer pro­blema no processo terá de ser resolvido com a loja, sem ação legal no Brasil.

Uma forma mais garantida é comprar por meio de um im­portador estabelecido no Brasil, pois este passa a ser responsá­vel pelo artigo. Contudo, o preço compensa menos, pois é neces­sário pagar pelo serviço.

O empresário Rodrigo Herr­mann, de Lajeado, compra todos os meses de um site da China. Nunca teve problemas. Segundo ele, há produtos pela metade do preço em relação ao Brasil e de modelos diferentes. “Procuro, quase sempre, por novas tecno­logias não encontradas aqui no país.” Sua única reclamação é em relação à demora de entrega, que chega a 90 dias.

Rapaz teve problemas na compra

O auxiliar administrativo Tiago Antônio Bresciani, 24, de Lajeado, compra produtos da China pela internet desde 2009, pelo menos uma vez por mês. Nas duas últi­mas vezes teve problemas nos cál­culos de tributos.

Em fevereiro comprou um porta-retratos digital, no valor de $47,49 – convertido ficou R$ 84,64. O site com o qual ele negocia envia a mercadoria com frete grátis, e os outros encargos estão no custo da mercadoria. O imposto correto de­veria ser de no máximo R$ 73,81 – calculando os 60% do valor decla­rado e mais os 17% do ICMS. Mas foi lhe cobrado R$ 202, ou seja, R$ 128 a mais do que o correto.

Ele diz que não deixará de com­prar e considera justa a cobrança de imposto. Só reclama da arbi­tração deles. Ele pretende juntar tosos os comprovantes e encami­nhar pedido de revisão de cálculos para a Receita Federal.

Suas compras são para consu­mo próprio, mas admite que enco­menda para amigos e conhecidos. “Quero começar um negócio lega­lizado, me cadastrando pelo Mi­croempreendedor Individual (MEI), para poder revender produtos.” Contudo, relata que tem medo de­vido às tributações incorretas.

Bresciani compra itens variados: tênis, torneira, câmera de vigilância, relógios e eletrônicos como tablet. Ele diz que os prediletos são os relógios da China, em função do baixo custo e da diversidade de modelos.

Para ele, comprar pela internet se torna rotineiro, pois é barato e cômodo. Garante que cuida de quem compra os produtos. Diz que os sites chineses na maioria das vezes são de empresas, e, por­tanto mais confiáveis.

Ele indica a compra por cartão de crédito internacional e em uma con­ta no site paypal, onde é cadastra­do o cartão de crédito. Este site fica responsável pela retenção do valor pago, aumentando a garantia de reaver o dinheiro caso o negócio seja mal sucedido.

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