Esgoto a céu aberto percorre dois bairros

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Esgoto a céu aberto percorre dois bairros

As carências do sanea­mento básico no municí­pio estão em evidência. O esgoto a céu aberto corre no trecho de um quilômetro, entre os bairros Centro e Nossa Senhora Aparecida. Sem recursos para so­lucionar o problema, o Executivo pede auxílio ao governo federal.

Pelo canal passa a maior parte dos esgotos domésticos, comerciais e industriais do centro da cidade e bairros próximos, desembocando sem tratamento no Rio Taquari.

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O esgoto corre ao lado do pátio da empresa de Telvi Roque Sca­tolla, que fica a duas quadras da rodoviária. Ele conta que há cerca de três anos um muro com cerca de 250 metros, que cobria o canal desabou, e o mau cheiro retornou.

Assim como ele, Antônio Geraldo Marchioretto, Simão Lisot e Neida Boss reclamam do cheiro de esgoto e da proliferação de insetos e ratos nas proximidades. Eles se preocu­pam com as cheias, que trazem o esgoto para dentro das casas.

Marlete Baldissera, que mora na rua Rio de Janeiro há 18 anos, reconhece que a canalização do trecho é uma obra cara, porém necessária. “Esse é um problema de várias administrações munici­pais. Um prefeito empurra para o outro”, diz. Na frente de sua casa há uma creche, a menos de cem metros do canal.

ETE tem prazo até agosto de 2013 para conclusão

A licitação para seguir a cons­trução da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), paralisada há três anos, foi aberta ontem. O Ministé­rio das Cidades exige a conclusão da obra, no bairro Santo Agostinho, até agosto de 2013.

A obra está orçada em R$ 2,5 mi­lhões. Conforme o gerente da Com­panhia Riograndense de Saneamento (Corsan) do município, Nédio Giova­nella, o solo rochoso e a necessidade de duas travessias sob a ERS-129 eleva­ram o custo. O projeto receberá mais R$ 1,477 milhões para conclusão.

Esta é a terceira tentativa de trata­mento no município. Outras em 1999 e 2007 fracassaram por falta de pro­fissionais qualificados e descumpri­mento das normas da Fundação Es­tadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam).

A obra beneficiará parte dos mora­dores dos bairros Planalto, São José, Nova Morada e Lambari. Em cada um, há uma estação elevatória coletora que receberá o esgoto bruto e encaminhará para a ETE no bairro Santo Agostinho, pela tubulação subterrânea. Lá o esgoto passará pela separação dos resíduos sólidos (utilizados para adu­bo) e líquidos (tratados e canalizados para o rio). No início, apenas parte dos moradores terão a coleta de esgoto, sem obrigatoriedade. Porém, os beneficiados te­rão o acréscimo de 70% do valor pago na conta de água pelo serviço.

Custo da obra supera R$ 2 milhões

Ciente do problema antigo, o município busca recursos no governo federal para canalizar o trecho e outros pontos ne­cessários na cidade. Conforme o vice-prefeito José Calvi, dois projetos foram encaminhados ao Ministério das Cidades.

No fim de 2011, foram solici­tados R$ 130 mil à Defesa Civil para canalizar parte do trecho compreendido entre o centro e o rio. Outro plano, enviado em fevereiro deste ano ao go­verno, pede R$ 1.960.000 para a conclusão de canalização e outras obras de sa­neamento pela cidade. “Sabemos que é preciso fazer, também estamos preo­cupados com a situação” diz Calvi.

Caso não tenha um retorno do governo federal sobre os projetos, a administração mu­nicipal buscará outras fontes de recursos para a obra. O va­lor estimado da obra é R$ 2 milhões, se feitas ga­lerias por todo o trecho.

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